Após o aumento da tributação sobre combustíveis, os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA, o índice oficial de inflação, para este ano.
O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (24) pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,29% para 3,33%.
Há um mês, estava em 3,48%. Já a projeção para o índice de 2018 seguiu em 4,20%, ante 4,30% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda-feira no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
Na última quinta-feira (20), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA-15 – considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial – teve deflação de 0,18% em julho. Foi a menor variação porcentual para o índice desde setembro de 1998 (-0,44%).
Por outro lado, o governo anunciou, também na quinta-feira, aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol. Apenas no caso da gasolina, a tributação poderá significar um aumento de R$ 0,41 para cada litro, o que gera impactos diretos e indiretos sobre os preços ao consumidor.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 passou de 3,08% para 3,10%. Para 2018, a estimativa seguiu em 4,19%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,48% e 3,98%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,37% para 4,40% de uma semana para outra – há um mês, também estava em 4,37%.
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para julho de 2017 foi de 0,17% para 0,15%. Um mês antes, estava em 0,18%. No caso de agosto, a previsão de inflação do Focus foi de 0,23% para 0,25%, ante o mesmo 0,25% de quatro semanas atrás.
Juros
À espera do resultado do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), na próxima quarta-feira (26), os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017.
O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 8,50%.
O relatório indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 permaneceu em 8,00%, ante 8,50% de um mês atrás.
No RTI (Relatório Trimestral de Inflação) publicado em 22 de junho, o BC deixou as portas abertas para a continuidade do ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual, na reunião de política monetária de julho. No documento, o BC reiterou que o ritmo de cortes da Selic dependerá da atividade econômica, dos riscos para o cenário de inflação, das reavaliações sobre o ciclo e das expectativas para o IPCA.
No relatório Focus desta segunda, a Selic média de 2017 passou de 10,16% para 10,06% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,28%. No caso de 2018, a Selic média seguiu em 8,00%, ante 8,50% de quatro semanas atrás.
Para o Top 5, a taxa básica terminará 2017 em 7,75% ao ano, porcentual igual ao projetado há uma semana. Há um mês, a mediana projetada era de 8,38%. Para 2018, a expectativa foi de 7,75% para 7,50%, ante 8,25% de um mês antes.
Copom
Em meio à fraqueza da atividade e com a inflação sob controle, os economistas do mercado financeiro projetam corte de 1 ponto porcentual da Selic na próxima quarta-feira, após encontro do Copom.
É isso o que mostra a abertura dos dados do Relatório Focus. Até meados de julho, a projeção era de corte de 0,75 ponto porcentual, no encontro desta semana.
R7