O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) é réu secreto em um processo que está há 15 anos sem decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação penal é decorrente de uma investigação na época em que Maluf era prefeito de São Paulo nos anos 2000. De acordo com a Folha, Maluf é réu secreto porque no sistema de acompanhamento processual da Corte seu nome não aparece relacionado ao processo, apenas suas iniciais – o deputado aparece apenas como réu em duas ações penais: uma por calúnia em campanha eleitoral, já encerrada; e outra aberta em 2015, por susposto crime eleitorla. A investigação trata de movimentações milionárias em paraísos fiscais. O procurador-geral de Genebra na época, Bernard Bertossa, confirmou à Folha em março de 2002 que Maluf transferiu de conta na Suíça para Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha. Na ocasião Maluf enfrentou investigação do Ministério Público de São Paulo, que levou à quebra do sigilo bancário, mas em 2006 conseguiu se eleger deputado federal e o caso seguiu para o STF, devido ao foro privilegiado. O inquérito deu entrada no Supremo há mais de nove anos, já em segredo de Justiça, e assim ficou até virar ação penal, em 2013, até hoje sem julgamento final. O advogado de Maluf, Ricardo Tosto, afirmou que seu cliente “está exercendo o direito de defesa” e contestou a morosidade dos casos com foro. “O Supremo tem sido criticado equivocadamente. Eles estão decidindo o que é importante. O que torna o andamento mais lento é o fato de o Supremo receber uma série de ações que não têm tanta importância e poderiam ter sido resolvidas antes. As pessoas muitas vezes cobram que os casos emblemáticos sejam julgados logo, mas não é assim que o Judiciário funciona”, declarou.
Bahia Notícias