** Com uma produção de 2,485 milhões de metros cúbicos de lenha por extração em 2017, 50,4% menos que em 2016, a Bahia cedeu o 1º lugar nesse ranking para o Ceará, mas ainda é o segundo maior produtor do país;
** Recuo de 47,2% faz produção de carvão a partir da extração chegar a 53.078 toneladas na Bahia, em 2017, e estado cai da 2ª para a 4ª posição entre os que ainda produzem carvão dessa maneira no Brasil;
** Mesmo com redução, Bahia ainda tem 3 municípios entre os 20 maiores produtores nacionais de lenha a partir da extração: Jaborandi (8º); Xique-Xique (14º) e Serra do Ramalho (16º);
** Já na produção de carvão vegetal a partir de extração, Baianópolis segue como líder do país entre os municípios produtores; também estão no ranking nacional São Desidério (4º), Cristópolis (10º), Santa Rita de Cássia (13º) e Angical (14º);
** Com as reduções nos volumes de quase todos os produtos da extração vegetal e da silvicultura, em 2017, o valor da produção primária florestal na Bahia (soma das produções da extração vegetal e da silvicultura) foi de R$ 1,2 bilhão, uma redução de 31,4% em relação 2016.
Em 2017, a Bahia produziu 2,485 milhões de metros cúbicos (m³) de lenha a partir da extração de madeira nativa, pouco menos da metade que em 2016 (menos 2,5 milhões de m³ ou -50,4%). Deixou, assim, de ser o maior produtor nacional de lenha por extração do país, sendo superada, em 2017, pelo Ceará, com 3,013 milhões de m³.
No país como um todo, também houve redução da produção de lenha a partir da extração, de 25,019 milhões de m³ em 2016 para 21,520 milhões de m³ em 2017 (-14,0% ou menos 3,5 milhões de m³ entre um ano e outro).
Desde 2003, a produção nacional de lenha por extração de madeira nativa recua seguidamente no país. Na Bahia, as quedas sucessivas nesse tipo de produção se iniciaram dez anos antes, em 1993.
Entre 2016 e 2017, o estado também teve uma redução expressiva da produção de carvão a partir da extração de madeira nativa, passando de 100.490 para 53.078 toneladas: 47,4 mil toneladas a menos (-47,2%).
Assim, em 2017 a Bahia deixou de ser o segundo e passou a ser o quarto maior produtor de carvão por extração do país, abaixo de Maranhão (128.525 t), Piauí (64.919 t) e Mato Grosso do Sul (64.990 t).
A produção de carvão a partir de madeira nativa também está se reduzindo no país como um todo. Passou de 544.107 para 426.401 toneladas, entre 2016 e 2017, uma queda de 21,6% ou menos 117,7 mil toneladas.
A produção extrativa de madeira vem perdendo espaço ao longo dos anos em virtude da legislação ambiental, que estabelece maior rigor e controle em operações que envolvem espécies nativas. Estas vêm sendo gradativamente substituídas pela produção oriunda de áreas florestais plantadas (silvicultura).
Somam-se a isso os esforços empreendidos pelos principais setores consumidores destes produtos, como o siderúrgico, na substituição do carvão vegetal extrativo pelo produto com origem em florestas plantadas.
Os dois municípios baianos que tinham a maior extração de madeira para lenha em 2016, Xique-Xique e Saúde, reduziram drasticamente suas produções em 2017, chegando, respectivamente, a 100 mil m³ (-84,6%) e 5.000 m³ (-98,0%). Com isso, caíram no ranking nacional: Xique-Xique passou de 1º a 14º e Saúde, da 5ª posição para a de número 919.
Ainda assim, a Bahia ainda tem 3 municípios entre os 20 maiores produtores de lenha a partir da extração: Jaborandi, que se tornou o maior produtor do estado e, com 180 mil m³, passou a ser o 8º maior produtor do país; Xique-Xique, 2º do estado e 14º do país, com 100 mil m³; e Serra do Ramalho, 3º produtor da Bahia e 16º do país, com 99 mil m³. Todos, porém, apresentaram queda na produção em relação a 2016.
Já na produção de carvão vegetal a partir de extração, Baianópolis segue como líder entre os municípios produtores, tanto na Bahia como no país, com 18 mil toneladas em 2017. O estado tem outros quatro municípios entre os maiores produtores do Brasil: São Desidério, 2º na Bahia e 4º no país, com 11 mil toneladas; Cristópolis, 3º da Bahia e 10º do Brasil, com 7.000 toneladas; Santa Rita de Cássia e Angical, cada um com 5.000 toneladas produzidas em 2017, ocupando, respectivamente a 4ª e 5ª posições no estado e a 13ª e 14ª no país.
De 2016 para 2017, houve redução na produção de 9 dos 11 produtos não madeireiros da extração vegetal investigados na Bahia. Entre um ano e outro, só cresceram as produções de mangaba, de 106 para 108 toneladas, e de pequi, que teve um incremento mais expressivo, de 17 para 297 toneladas.
Dentre os produtos em queda, os destaques negativos ficaram com a piaçava, que passou de uma produção de 42.983 t para 7.902 t (-81,6% ou menos 35.081 t); o licuri (de 3.767 t para 1.005 t, -73,3%); e o umbu (de 6.361 t para 5.808 t, -8,7%).
Apesar desses recuos, a Bahia ainda se mantinha, em 2017 como principal estado produtor dos três produtos. Apenas no caso da castanha de caju, cuja produção caiu 21,7% de 2016 (768 t) para 2017 (601 t), a Bahia perdeu a liderança nacional, ficando agora atrás de Pernambuco (731 t).
Em 2017, não foi apenas a produção madeireira a partir da extração que caiu na Bahia, a silvicultura (exploração de florestas plantadas para fins comerciais) também teve um ano de baixa.
A produção de madeira em tora, mais expressiva da silvicultura baiana, recuou 5,2% entre 2016 e 2017, passando de 14,051 milhões de m³ para 13,318 milhões de m³. A produção de lenha caiu 13,6%, de 963.981 m³ para 833.299 m³. Já a de carvão teve a maior perda percentual, -43,1%, passando de 150.977 toneladas em 2016 para 85.896 toneladas em 2017.
No país como um todo, dentre os produtos madeireiros da silvicultura, houve registro de queda apenas na produção do carvão vegetal (-0,8%), de 4,957 milhões de toneladas para 4,917 milhões de toneladas. Já a produção de lenha apresentou crescimento de 4,1%, de 53,354 milhões de m³ para 55,524 milhões de m³; e a de madeira em tora aumentou 4,6%, de 133.732 milhões de m³ para 139,826 milhões de m³.
As áreas de florestas plantadas levantadas, no Brasil, totalizaram 9,8 milhões de hectares em 2017. Cerca de 70,5% delas concentraram-se nas regiões Sul e Sudeste. As áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 75,2% do total.
A Bahia é o sétimo estado em participação na área total dedicada à silvicultura no país, com 571.996 hectares, -2,63% do que o registrado em 2016. Deste total, 99,8% (571.421 hectares) correspondem a eucaliptos.
Com as reduções nos volumes de quase todos os produtos da extração vegetal e da silvicultura, em 2017, a produção primária florestal na Bahia (soma da extração vegetal e da silvicultura) apresentou valor de R$ 1,2 bilhão, uma redução de 31,4% em relação 2016.
A silvicultura teve redução de R$ 335,2 milhões, o que resultou na queda da participação do estado na produção nacional, da 3ª para a 6ª posição. Já na extração vegetal, a Bahia passou da 4ª para a 9ª posição na participação nacional, após a redução de 61,6% (menos R$ 233,2 milhões) no valor da produção.
No país como um todo, a produção primária florestal registrada em 4.837 municípios somou R$ 19,1 bilhões em 2017, um crescimento de 3,4% em relação a 2016. Foi o segundo aumento consecutivo no valor da produção florestal, impulsionado pela silvicultura, que apresentou incremento de 5,0%.