“Em tempos tão difíceis de dialogar com crianças e jovens, nós, professores, temos o privilégio de falar a eles todos os dias”. Foi dessa forma que a professora Dejanira Rainha Melo, 42 anos, que ensina na rede municipal de educação há 19 anos, se referiu à relevância do trabalho de um professor. Na data em que os mestres são lembrados, dia 15 de novembro, Dejanira e os mais 7.758 docentes distribuídos nas 434 escolas de Salvador têm o mérito de fazer a diferença na vida dos 142 mil alunos.
Atualmente, ela leciona na Escola Municipal de Paripe e na Oito de Maio, ambas no Subúrbio Ferroviário. Segundo a docente, aquela aula dada exclusivamente com quadro branco, piloto e explicações demoradas já não atrai mais os alunos de hoje em dia. Pensando assim, faz das atividades de história e geografia um misto entre noções de conhecimento e ações interativas e dinâmicas. Entre elas, está o Projeto Negras Imagens, Bonitas Imagens que, por meio de práticas como estudos de livros, filmes, músicas, vídeos e fotos, buscam valorizar a cultura do povo negro.
“Temos dialogado muito sobre a África e a contribuição do negro brasileiro para nossa sociedade, seja na diversidade religiosa, ciência, matemática, história, geografia, artes, linguagem, poesia, medicina e arquitetura”, explica. Orgulhosa, a mestre, que ensina a meninos e meninas do 4º ano, ressalta que mecanismos, como jogos lúdicos para auxiliar no processo de leitura e escrita, exposições fotográficas e teatrais, têm sido fundamentais no aprendizado. “Essa semana fiz uma exposição de marisqueiras e uma aluna que não conseguia ler e escrever, me trouxe um pequeno texto escrito por ela. Foi emocionante”, descreve.
Nesta segunda-feira (15), é decretado feriado em todas as escolas de Salvador. Em todo o Brasil, a data é celebrada desde 1947.