Como garantir a preservação do meio ambiente e, ao mesmo tempo, oferecer alimento para grandes populações? Essa questão vem sendo debatida há muito tempo e, nos últimos anos, ganhou os noticiários sob o termo “desenvolvimento sustentável”.
Uma das alternativas apontadas como a mais eficiente para equacionar o problema sem degradar a biodiversidade é o método de plantio agroflorestal, que não faz uso de agrotóxicos nem de transgênicos e ainda fornece alimento de qualidade sem degradar o solo nem desmatar grandes áreas.
Nessa perspectiva, docentes do Grupo de Pesquisa ‘Educação Geográfica, Diálogo de Saberes e Cerrado’, da UFOB, desenvolveram um projeto de extensão sobre segurança alimentar e transição agroecológica chamado ‘Quintais Produtivos’.
A proposta é levar tecnologias sociais e práticas sustentáveis para a produção agroecológica de alimentos, a recuperação-conservação do solo e o tratamento de resíduos sólidos orgânicos para comunidades tradicionais Geraizeiras no município de São Desidério, região do vale do rio Guará, no oeste da Bahia.
O projeto foi selecionado em edital lançado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund). O Fundo atua desde o ano 2000 para assegurar a participação e contribuição da sociedade na conservação de ecossistemas ameaçados, como é o caso do Cerrado, que já perdeu 50% de sua biodiversidade.
Serão contempladas oito comunidades que têm nas práticas agroextrativistas suas principais atividades produtivas. A coordenação técnica do projeto é realizada pelos docentes Mario Alberto dos Santos, Valney Dias Rigonato e Vanessa Cristina Rescia. O projeto, com duração prevista de 12 meses, teve início em agosto, com a apresentação para as famílias e levantamento das principais necessidades das comunidades atendidas. Para a gestão financeira a UFOB conta com a parceria da Fundação Escola Politécnica da Bahia.
No Brasil, o CEPF conta com o apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), instituição brasileira do terceiro setor dedicada a formar e capacitar pessoas, fortalecer organizações nas áreas de manejo dos recursos naturais, gestão ambiental, territorial e outros temas relacionados à sustentabilidade. Em abril de 2016, o IEB foi selecionado para atuar como a Equipe de Implementação Regional (RIT, na sigla em inglês para Regional Implementation Team). O IEB responde pela liderança estratégica do programa no Cerrado e gerenciará os pequenos e grandes projetos que serão apoiados durante a implementação do programa no período de julho de 2016 a junho de 2021.
Metodologia
As ações do projeto serão realizadas em formato de oficinas pedagógicas, sobre o acesso a políticas públicas direcionadas aos territórios e comunidades tradicionais, gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos orgânicos para a produção de insumos, práticas de adubação verde e de manejo do solo e das águas com base em Sistemas Agroflorestais e instalação de Quintais Produtivos Agroecológicos e Comunitários.