Camaçari recebe o projeto “Na Estrada Com Carrinho de Mão: circulação, formação e acessibilidade”, que promoverá no Teatro Cidade do Saber (TCS), nos dias 4, 6, 7 e 8 de outubro, três espetáculos culturais e duas oficinas com entrada gratuita. O evento, que é correalizado pela Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria da Cultura (Secult), ofertará audiodescrição e tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A programação começa com a “Oficina produção acessível: princípios para uma abordagem anticapacitista na produção cultural”, que acontece no dia 4, das 15h às 19h, ministrada por Edu O e Cintia Santos. Já nos dias 6 e 7, das 9h às 12h, Lucas Valentim e William Gomes comandarão a “Oficina de criação em dança”, focada na investigação de composições a partir de princípios da audiodescrição. Ambas as atividades são voltadas para pessoas com idade a partir de 16 anos. As inscrições serão feitas no local, 30 minutos antes do horário de início.
Já a agenda de espetáculos é iniciada no dia 6, às 19h, com a peça intitulada “Audionudescrição”. No dia 7, no mesmo horário, estará no palco a “Odete, traga meus mortos”; e no dia 8, às 16h, estará em cena a montagem “Judite quer chorar, mas não consegue!”. As apresentações têm classificação livre e os ingressos serão distribuídos nos dias dos eventos, a partir de 14h, na bilheteria do TCS.
O projeto é realizado pelo Coletivo Carrinho de Mão, em parceria com a Giro Planejamento Cultural, com o intuito de afirmar a presença de indivíduos com e sem deficiências nos palcos, nas plateias e nas atividades de formação em artes.
A iniciativa foi contemplada pelo Edital Setorial de Dança 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia. Em breve, também serão contemplados o município de Lauro de Freitas e a localidade Acupe, em Santo Amaro da Purificação.
Confira a sinopse das atrações:
ESPETÁCULOS
Audionudescrição
Concepção: William Gomes
Intérpretes-criadores: Cintia Santos, Edu O., Lucas Valentim e William Gomes. Uma sinopse se desenvolve aqui, palavra por palavra, tempo a tempo. Uma frase se passou e outras tantas estão chegando. A gente vai se revelando e se traduzindo em corpos e encontros nesse pré-texto poético, tátil e audiodescritivo que dança e compõe inspirado nas tecnologias assistivas. Dançaremos com imaginações, imagens, descrições, sinais, sons, palavras e encontros.
Odete, traga meus mortos
Intérpretes-criadores: Edu O., Cintia Santos e Lucas Valentim
O espetáculo apresenta narrativas de memórias de infância, histórias contadas pelos mais velhos e a morte como um movimento de estar vivo. Ao chegarmos a algum lugar, chegamos com marcas do passado, de experiências vividas, antepassados, histórias de família, dos lugares passados. Nos pés ficam os calos e o pó da terra por onde caminhamos. No corpo, ficam registradas as imagens, os odores, os sons, as histórias que encontramos em cada esquina, em cada rua, casa, monumento, pessoa. Ao retornarmos (porque sempre se retorna), aquele lugar visitado, introduzido, apropriado, nos segue e acompanha em outras freguesias.
Judite quer chorar, mas não consegue!
Criador-intérprete: Edu O.
Intérprete de Libras-performer: Cintia Santos
Tudo no mundo se transforma! Não seria diferente com o espetáculo “Judite quer chorar, mas não consegue!”, que tem os recursos de acessibilidade como audiodescrição e Libras inseridos na própria cena. “Judite…” retorna aos palcos depois de um hiato de sete anos, agora, como uma contação de história dançada. Concebido a partir de elementos autobiográficos, narra a história de uma lagarta que, amedrontada diante das transformações naturais da vida, hesita (e evita) em seguir o percurso de tornar-se borboleta, até sonhar com as pipas e vislumbrar uma possibilidade de futuro colorido. “Judite…” navega as zonas de silêncio onde residem as emoções humanas, fazendo-nos refletir, enquanto indivíduos, sobre o impacto da inexorável solidão.
OFICINAS
Oficina de produção acessível: princípios para uma abordagem anticapacitista na produção cultural
Experiência teórico-prática na construção de um pensamento anticapacitista na produção cultural, levando em conta uma breve abordagem histórica da deficiência, conceituação do capacitismo e noções básicas para implementação de medidas de acessibilidade nos projetos culturais com Libras e tecnologias assistivas, a exemplo da audiodescrição e legendagem.
Com: Cintia Santos e Edu O.
Número de vagas: 10
Oficina de criação em dança
Investigação de composições em dança a partir de princípios da audiodescrição (tecnologia de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, cognitiva e cega), tais como descrição de imagens e descrição tátil.
Número de vagas: 20