A procuradoria do distrito de Manhattan informou nesta quarta-feira (17) que trabalhará para libertar dois homens condenados por matar o ativista negro e defensor dos direitos civis Malcolm X em 1965, o que representará um reconhecimento oficial de erros cometidos no caso.
Malcolm X ganhou destaque como porta-voz nacional da Nação do Islã, um grupo muçulmano afro-americano que defendia o separatismo negro. Ele passou mais de uma década com o grupo antes de se desiludir, rompendo publicamente com o movimento em 1964 e moderando algumas de suas opiniões anteriores sobre separação racial.
Ele foi morto a tiros no Audubon Ballroom de Nova York enquanto se preparava para fazer um discurso. Três membros da Nação do Islã foram condenados pelo ataque.
Uma investigação de quase dois anos conduzida conjuntamente pelo promotor de Manhattan e advogados dos dois homens descobriu que promotores e agências de segurança negligenciaram evidências importantes que, se tivessem sido consideradas, provavelmente teriam levado à absolvição da dupla.
A ação da promotoria distrital foi relatada pela primeira vez pelo New York Times e confirmada à Reuters por um porta-voz do gabinete da promotoria de Manhattan nesta quarta-feira.
Em uma entrevista ao Times, o promotor distrital de Manhattan Cyrus Vance Jr. se desculpou em nome da polícia, que disse ter falhado com as famílias dos dois homens, Muhammad Aziz e Khalil Islam.
“Isso aponta para a verdade de que as forças de segurança ao longo da história muitas vezes falharam em cumprir suas responsabilidades”, disse Vance. “Esses homens não receberam a justiça que mereciam.”
Agência Brasil