O diretório estadual do PSB (Partido Socialista Brasileiro) decidiu suspender a filiação do empresário Jeferson Vasquez, candidato a deputado federal pela legenda em 2018 e que foi preso durante a Operação Hefesto, que cumpriu mandados de prisão, de busca e apreensão e bloqueio de contas bancárias de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Minas Gerais.
Vasquez é investigado de financiar a compra de munição para armas de fogo para a facção criminosa e é apontado pela Polícia Civil como representante da Afare (Associação dos Familiares e Amigos do Recluso), instituição social com sede em Contagem, na Grande BH, e que presta serviços de apoio a familiares de detentos.
O presidente do PSB em Minas, René Vilela, disse que o partido optou pela suspensão da filiação de Jeferson até que a situação seja devidamente apurada. Vilela informou que Jeferson se filiou ao partido em abril do ano passado, portanto, seis meses antes das eleições após indicação do diretório municipal de Santa Luzia.
— Ele não tem uma vida partidária orgânica, não está no dia a dia do partido. Na época de sua candidatura, não havia qualquer fato que desabonasse o Jeferson. Eu tive contato com ele e parecia ser uma pessoa correta. Muita gente deu depoimento sobre o trabalho social que realiza com as famílias dos detentos.
Jeferson foi candidato a deputado federal nas eleições de 2018 pelo PSB e teve 3.762 votos. Natural de Taboão da Serra (SP), o empresário concentrou sua votação em Belo Horizonte, além de outros municípios da Grande BH, como Santa Luzia e Ribeirão das Neves.
O advogado dele, William Ferreira de Souza, negou que o cliente tenha relação com o PCC. Souza informou ainda que o empresário não é membro da Afare e que apenas prestou serviços comunitários à instituição. Contudo, em seu perfil em uma rede social, Vasquez se apresenta como presidente da associação.
— Ele vai provar a inocência na Justiça. Ele é empresário bem-sucedido, tem família constituída e não precisa passar por isso. Ele não tem ligação nenhuma com o PCC.
Operação Hefesto
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (19), a Operação Hefesto, considerada a maior do Estado em ações contra grupos criminosos. Foram expedidos 25 mandados de prisão, 30 de busca e apreensão e o pedido de bloqueio de 21 contas bancárias. As investigações começaram em julho de 2018, após uma série de ataques a ônibus e prédios públicos que foram incendiados em diversas cidades de Minas Gerais.
Segundo os investigadores, o PCC atua em Minas Gerais há uma década. A facção é dividida em grupos chamados de “sintonias”. Cada uma destas divisões fica responsável por cuidar de uma área de atuação do PCC no Estado e tem número de integrantes que varia de acordo com a necessidade. Ao todo, são 2,2 mil integrantes da facção em território mineiro, de acordo com a polícia.
R7