Para muitos trabalhadores, o home office durante a quarentena não tem sido uma tarefa fácil, já que trabalhar em casa nem sempre significa mais comodidade ou menos tarefas para executar, pelo contrário, muitos aumentaram seu ritmo de trabalho, seja por exigência da empresa ou por uma autocobrança para continuar sendo um funcionário de bom rendimento.
E é neste aumento de ritmo de trabalho que mora o perigo, como alerta a psicóloga Iara Farias, coordenadora do curso de Psicologia da Estácio.
– Neste momento de pandemia estamos passando por angústias diversas, entre elas o medo da contaminação por um vírus que pode levar as pessoas à morte e a necessidade de se reinventar no seu trabalho, e ainda o afastamento das pessoas, por conta do isolamento social. É muita coisa para darmos conta ao mesmo tempo, e se juntarmos a isso o aumento de carga de trabalho há um risco grande de chegarmos à exaustão metal, que começa a se mostrar através do cansaço constante, alta irritabilidade, desânimo, ansiedade e falta de concentração, diz Iara.
A psicóloga destaca ainda que o esgotamento mental pode acarretar doenças mais sérias, como a Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico que se caracteriza pelo esgotamento físico e mental intenso, com causas diretamente ligadas à vida profissional.
– Para tentar evitar todo esse estresse e ansiedade que o aumento de trabalho no home office pode causar é interessante ter uma rotina, organizar uma agenda detalhando suas tarefas do dia, quantas horas irá gastar com cada uma, além é claro de tirar momentos livres, essencial para descansar mente, afirma a coordenadora.
Iara diz ainda que estes momentos livres ao longo do dia podem ser usados para atividades como tomar sol, fazer exercícios físicos ou de relaxamento. E importante também, segundo a psicóloga, é manter uma alimentação regrada e saudável, com horários fixos todos os dias.
– Nesse período em que boa parte dos trabalhadores está mudando sua rotina, o mais importante é que cada um entenda que este momento é passageiro e que é importante contribuirmos ficando em casa, quando possível, e compreender que temos que lidar com aquilo que é possível mudar e aceitar o que não podemos mudar, pois há coisas que estão fora do nosso alcance, finaliza a psicóloga.