Ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula, Ciro Gomes (PDT-CE) acredita que o ex-presidente não seria a melhor opção para a disputa presidencial em 2018. “A natureza do PT, e é legítimo isso, é ter candidato próprio. Talvez o ideal fosse apresentar uma nova liderança”, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira (27). Para Ciro, eventual candidatura de Lula “desserve a ele e ao país”. “Na melhor das hipóteses, ganha e projeta essa confrontação odienta que está rachando o país. Mas a probabilidade de polarizar e perder é muito alta”, avalia. Ciro garantiu que não aceitará a vice do petista, ao contrário do que sinalizou em 2008. “Serei bastante categórico: não serei vice de ninguém”. Também acrescentou que ele próprio não deve se candidatar. “Não tenho a menor vontade de ser candidato se o Lula for. Menos em homenagem a ele e mais porque a tendência é ele polarizar o processo. E eu ficar falando de modelo econômico… Vou ter um papel nobre, vou lá para meus 12%, 15% no mínimo, mas daí dizer para o povo que acredito que vou ser presidente… Não consigo mentir desse jeito”, declarou. Ainda sobre questões eleitorais, questionado se aceitaria doações de empreiteiras, foi enfático: “Se a lei permitir, sem dúvida. O que é corrupto é ter toma lá dá cá, superfaturar obras, exigir propina. No Brasil estamos confundindo corrupto com empresa. Isso é sandice”. No entanto, defendeu o financiamento público, lista fechada e voto distrital misto, mas com uma ressalva: “Evidentemente que hoje não posso aceitar que essas ideias sejam feitas pelo expediente golpista dos canalhocratas querendo escapar da severidade do voto popular”. Sobre a Lava Jato, se disse constrangido estando próximo de alguns citados. “Sempre fui muito amigo do Aécio [Neves]. É constrangedor. Do Ciro Nogueira [presidente do PP]. Quem mais? O Léo Pinheiro [ex-presidente da OAS]. O que pega é catapora”.