Um adolescente de 17 anos foi assassinado durante rebelião ocorrida na noite de ontem (19), no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Abreu e Lima, município da Região Metropolitana do Recife. O local, vinculado à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), recebe jovens menores de 18 anos que cometeram infrações e cumprem medida socioeducativa em regime fechado.
A assessoria de comunicação da Funase divulgou nota à imprensa sobre o caso. A Fundação afirma que o jovem foi morto por um grupo que também cumpria medida socioeducativa no local. O adolescente sofreu traumas na cabeça resultantes de agressão violenta. A Funase informa que o Instituto de Medicina Legal dará o laudo sobre a causa da morte. Dez adolescentes que participaram diretamente do homicídio foram identificados por meio de imagens das câmeras do circuito interno da unidade.
Dois dos jovens têm mais de 18 anos, foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Everardo Luna e devem ir para um presídio pernambucano. Os outros acusados foram transferidos para a Unidade de Atendimento Inicial.
Segundo a nota, a rebelião começou por volta das 20h, quando adolescentes atearam fogo em colchões. O ato foi controlado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. O Corpo de Bombeiros apagou o fogo. Uma equipe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa esteve no local ontem à noite para iniciar as investigações sobre o assassinato.
O Case de Abreu e Lima está superlotada, assim como a maior parte das unidades de internação de Pernambuco. O local tem 98 vagas, mas abrigava 189 adolescentes infratores no momento da rebelião. Com a morte do jovem e a transferência dos possíveis autores do crime, o número de internos passa para 178.
O corpo do interno morto na noite de domingo está no Instituto Médico-Legal para reconhecimento pela família. A nota da Funase diz ainda que a corregedoria da instituição abriu uma sindicância para apurar as causas e possíveis responsabilidades da rebelião. Não houve registro de fugas.
No ano passado, uma crise foi desencadeada no sistema socioeducativo de Pernambuco, depois de rebeliões com várias mortes em diferentes unidades do estado. Em novembro, uma comitiva presidida pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos fez uma visita em Pernambuco para verificar denúncias contra o sistema feitas por organizações da sociedade civil.
Agência Brasil