O cerco que se fecha nos subúrbios ao leste de Damasco, na Síria — um dos poucos redutos ainda dominados pelos rebeldes — tem levado a população local à fome e deixando as crianças desnutridas.
Casos de desnutrição entre crianças quase dobraram nos últimos dois meses em uma das clínicas que ainda não foram tomadas pelo governo. As forças sírias tentam dominar o local desde 2013 e aumentaram a pressão neste ano, fechando os túneis antes utilizados para o contrabando de alimentos.
Hala al-Nufi, que tem dois anos de idade, pesa hoje menos de 12 kg. A garota sofre com uma doença metabólica, mas sua condição piorou devido à privação de comida.
Os pais de Hala, cujos olhos e ossos já se mostram saltados, acreditam que sua saúde tenha piorado consideravelmente nas últimas semanas — eles temem que ela não resista ao cerco fechado pelas forças sírias.
Um Said, mãe de seis crianças, diz estar muito faminta para amamentar suas gêmeas de meio ano de idade, Marwa e Safa.
— Eu as ponho no peito, mas não há leite. Eu não tenho comido. Dormi sem jantar na noite passada.
Amani Ballour, que é pediatra, afirma que já não há mais crianças saudáveis e bem alimentadas na região. “Na escala de peso das crianças normais, os meninos e meninas de Ghouta estão todos no nível mais baixo”.
A agência para crianças da Organização das Nações Unidas afirma que 1.200 crianças ao leste de Ghouta sofrem de desnutrição, enquanto 1.500 se encontram em risco de fome.
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