Trocar piso, substituir acabamentos, pintar paredes e mudar o revestimento dos cômodos acaba se tornando uma dor de cabeça para quem quer gastar pouco. Levados pelas armadilhas de vendedores, reformar uma casa através do senso comum pode acabar encarecendo o bolso dos consumidores, além de resultar em ambientes padronizados e “sem vida”.
Avaliando projetos residenciais, estima-se que construir uma casa esteja por volta de R$ 978 a R$ 2140 – valor gasto por m², enquanto as reformas não possuem avaliações exatas, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon BA). Embora reformar geralmente saia mais em conta do que construir do zero, a escolha errada dos materiais pode desapontar — pela segunda vez — o morador, tanto no quesito estético, como no valor investido.
Extrapolando o saldo das reformas com uma nova leva de pisos, utensílios, acabamentos e ferramentas para substituir a remodelagem padronizada indicada anteriormente que não encaixou na casa, o arquiteto baiano Márcio Barreto explica que os consumidores devem tomar cuidado na escolha dos materiais de construção, afastando-se de todas as armadilhas.
Ilustrando casos que acontecem com clientes novos, o profissional usa o exemplo da “armadilha do nanoglass”. Apesar de ser considerado a última moda para bancadas, Márcio explica que o acabamento leva clientes a investirem quantias exorbitantes em uma peça.
“A mesma situação é vivenciada quando o morador adquire produtos mais caros nas primeiras compras da reforma e não consegue comprar a iluminação, por exemplo, que ele tanto desejava e que dá o aconchego ideal ao ambiente. Quando a mudança é desenvolvida a partir de um projeto, conseguimos levantar todos os custos através das informações de quantitativo e especificações, dessa forma o cliente já começa a reforma tendo ideia do quanto investirá no seu lar. Acontece que no meio da reforma, ele pode se encantar com um material que descobriu recentemente, e aquilo passa a ser um desejo súbito que ele quer no ambiente dele. Essas situações precisam ser tratadas com muito cuidado”, elucida.
Com relação aos custos da reforma, o arquiteto explica que o valor de execução dependerá diretamente dos serviços desenvolvidos e materiais escolhidos. A frente da Arquitetura do Barreto, Márcio afirma que a variedade de produtos e soluções que se encontram em um mesmo espaço, leva o investimento a oscilar, e as escolhas do “senso comum” podem fazer o cliente correr o risco de parar no meio da obra sem condições financeiras de finalizá-la por “caprichos”.
Trazendo exemplos de reformas utilizando materiais acessíveis, o arquiteto baiano explica três situações onde é possível reformar sem gastar muito. Confira abaixo:
COZINHA
“Invista em uma bancada de granito boa, mas não tão cara e capriche na escolha de um revestimento lindo para o trecho da parede sobre a bancada. Pode investir até em um produto um pouco mais caro na parede, pois só precisará de dois ou três metros no máximo. Observação: as bancadas em granitos mais caras requerem muito cuidado no uso”, afirma.
BANHEIRO
“Se não tem grana para reformar todo o banheiro, sem problemas, invista em uma das paredes apenas, colocando um revestimento em destaque. Se puder caprichar um pouco mais, faça um nicho embutido na parede com o mesmo material da bancada em granito existente.”
QUARTO
“A melhor forma de trazer aconchego para um quarto com uma mudança é utilizar um piso vinílico ou laminado com o acabamento amadeirado. Provavelmente em apenas um turno você terá seu quarto muito diferente!”, conclui.
Para mais dicas sobre reformas, acesse o site arquiteturadobarreto.com, ou a página do Instagram @arquiteturadobarreto.