O Reino Unido ministrará o antiviral remdesivir a alguns pacientes com covid-19, que o medicamento tem mais probabilidade de beneficiar. O teste será feito como parte de uma colaboração com a fabricante Gilead Sciences, informou o Ministério da Saúde nessa terça-feira (26).
O Departamento de Saúde disse que os dados iniciais de testes clínicos de todo o mundo mostraram que o remédio pode encurtar o tempo de recuperação dos pacientes com covid-19 em quatro dias.
“Este provavelmente é o maior passo no tratamento do novo coronavírus desde que a crise começou”, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock, em entrevista coletiva. “Estes são só os primeiros passos, mas estamos determinados a incentivar a ciência e apoiar os projetos promissores”.
O governo britânico informou que a alocação do medicamento dependerá de onde ele oferecerá mais benefícios, mas não disse quantos pacientes serão tratados.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) informou que dados de seu teste com o remdesivir mostraram que o remédio oferece mais benefícios a pacientes de covid-19 que precisam de oxigênio adicional, mas não de ventilação mecânica.
Os pesquisadores também disseram que, “dada a alta mortalidade, apesar do uso do remdesivir”, é provável que ele seja mais eficaz quando combinado com outras tratamentos para covid-19, a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
Stephen Griffin, professor-associado da Universidade de Leeds, comemorou a decisão de usar o remdesivir, afirmando que “provavelmente isso significará que os pacientes de covid-19 em situação mais grave o receberão primeiro”. Acrescentou que, embora essa abordagem seja a mais ética, também significa que o remédio não “fará mágica”.
“Ao invés disso, podemos esperar taxas de recuperação melhores e uma redução na mortalidade de pacientes”, disse.
A Gilead informou que espera resultados de seu próprio estudo do remdesivir em pacientes com covid-19 no final deste mês.
Agência Brasil