O documento do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que indicou uma movimentação financeira atípica do ex-assessor e ex-motorista do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro e senador eleito, menciona também transações suspeitas de auxiliares de outros 20 deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Assessores de parlamentares de partidos como PSC, PT e PSOL são citados no relatório. Entre os nomes citados, aparecem auxiliares de Márcio Pacheco (PSC), Eliomar Coelho (PSOL) e André Ceciliano (PT).
O relatório do Coaf foi produzido no âmbito da operação Furna da Onça, para investigar movimentações atípicas nas contas de nomes ligados à Alerj. As irregularidades descobertas serão investigadas.
Ceciliano é o parlamentar com maior volume de movimentações atípicas, envolvendo quatro auxiliares e somando R$ 49,3 milhões. Em seguida aparece Paulo Ramos (PDT), que teria movimentado R$ 30,3 milhões.
Pacheco aparece em terceiro lugar na lista, sendo que o gabinete registrou movimentações atípicas de R$ 25,3 milhões.
Ceciliano afirma que a funcionária é de uma família de empresários da cidade de Paracambi — onde foi prefeito. Segundo o deputado, o próprio MPF (Ministério Público Federal) destaca que ser citado no relatório não significa de imediato que o parlamentar ou pessoas ligadas a ele tenham praticado ação ilícita.
Paulo Ramos diz que o assessor citado é advogado e que a maior parte dos valores em conta se referem a causas ganhas.
O deputado Márcio Pacheco afirma que ficou sabendo sobre o caso pela imprensa e que está apurando a situação. Segundo ele, agirá de acordo com a lei.
Eliomar Coelho diz que está a disposição para esclarecimentos e que, em seu mandato, sempre repudiou relações injustificaveis e inaceitaveis.
Uma das operações que envolvem o ex-assessor de Flavio Bolsonaro e que aparece no relatório do Coaf apresenta um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os depósitos seriam, segundo Jair Bolsonaro, pagamento de um empréstimo.
“Foi na [conta] da minha esposa, pode considerar na minha. Só não foi na minha por uma questão de mobilidade”, disse Bolsonaro. “Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal”, completou, reafirmando ter recebido dez cheques de R$ 4 mil.
R7