O Brasil fechou o primeiro semestre de 2018 com 63,6 milhões de consumidores inadimplentes, segundo o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Para quem quer sair do vermelho, uma boa opção pode estar na renegociação das dívidas diretamente com os credores, sejam eles bancos, lojas ou empresas.
Entre as pendências em aberto até junho, mais da metade delas (51%) foram contraídas com instituições financeiras. O comércio responde por 18% das dívidas não pagas e as empresas de comunicação a 14% do total.
De acordo com a orientadora financeira da Fharos Contabilidade, Dora Ramos, a renegociação da dívida diretamente com o credor é uma boa alternativa para sair do vermelho, desde que seja realizada antes da dívida estar “fora de controle”.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que a renegociação é “sempre muito boa” e alerta para a importância de se organizar financeiramente antes de recorrer aos próprios credores.
“Antes de renegociar, vale a pena fazer o consumidor fazer uma análise da própria situação financeira para saber o que pode ser abatido do orçamento e o quanto ele pode oferecer para o pagamento a vista, diz Marcela, que completa: “Se esse consumidor já ficou inadimplente, conseguir negociar e ficar inadimplente de novo, dificilmente vai ter uma terceira chance”.
Dora orienta para a proposta oferecida pelos bancos sejam analisadas no curto e longo prazo para fugir de possível armadilhas. “Muitas vezes, algumas instituições propõem valores que não são atrativos aos consumidores”, afirma.
Marcela orienta ainda que não é necessário aguardar pelos feirões de negociação de dívida para entrar em contato com a instituição para a qual tem débitos pendentes para sugerir um acordo. “No momento em que o consumidor tem dinheiro, para ele a melhor coisa é que a renegociação seja feita”, destaca.
“Como a economia não está crescendo, é melhor para o banco ou para a empresa para qual o consumidor está devendo negociar e manter aquele cliente que já tem do que deixar uma negociação para o futuro”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil.
Empréstimo
Outra alternativa que pode ser privilegiada pelos consumidores inadimplentes na hora de quitar as dívidas é a tomada de um empréstimo com juros menores daqueles apresentados nos débitos pendentes.
Antes disso, Marcela aponta o modelo de empréstimo consignado, no qual o valor o pagamento das parcelas é descontado diretamente do salário, como algo positivo a ser feito após uma análise dos gastos.
“Dependendo do tamanho da dívida, o inadimplente consegue resolver dentro do seu próprio orçamento, sem ter que pegar um crédito novo”, diz Marcela. “No momento de tomar esse crédito, é necessário ver se as taxas de juros são menores”, completa.
Qual dívida pagar?
O levantamento do SPC, realizado em parceria com a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), aponta ainda que cada endividado possuí, em média, duas dívidas não pagas.
A economista-chefe do SPC Brasil orienta que nos casos com mais de um débito pendente, os consumidores priorizem os pagamentos das contas bancárias e as de água e luz.
“As dívidas bancárias têm taxas de juros muito altas, que fazem com que um valor pequeno fique grande muito rápido. Já o não pagamento das contas de água e luz resultam no corte dos serviços”, avalia Marcela.
R7