Na manhã desta sexta-feira (16/6), uma equipe de reportagem da TV Aratu, composta pela jornalista Ticiane Bicelli e o cinegrafista Liberato Santana, foi agredida por duas mulheres durante a gravação de uma matéria para o programa QVP, da TV Aratu, na Feira de São Joaquim, em Salvador. Na ocasião, equipamentos da emissora também foram danificados.
ENTENDA O CASO
Ao Aratu Online, Ticiane informou que era uma matéria ‘leve e descontraída’ sobre a cobrança diferenciada do banheiro do local, pois há uma placa dizendo que, para quem faz ‘número um’, o valor é R$ 0,50, mas para quem faz o ‘número dois’, é R$ 1. A intenção era, então, brincar com a forma que essa fiscalização seria feita.
Contudo, a funcionária responsável pela fiscalização do sanitário não quis gravar, o que foi respeitado pela equipe de reportagem da TV Aratu. Sua mãe, que também trabalha no local, interviu ‘de forma grosseira’ dizendo para a jornalista deixar sua filha ‘em paz’. Assustada com a forma que foi tratada, Ticiane questionou se a mulher iria bater nela, e esta disse que o faria, se fosse preciso.
“Assim que ela falou isso, ela me empurrou e a mão dela pegou no meu rosto. Empurrei ela de volta e ela já veio me espancando, junto com a filha. Fiquei com a cabeça baixa, para proteger meu rosto, e recebi socos, arranhões, puxões de cabelo e uma mordida”, falou Tici, como a repórter também é chamada. A jornalista disse, ainda, que seu cabelo caiu bastante e que estava com muita dor de cabeça devido às agressões.
Populares e feirantes interviram e conseguiram apartá-las. Uma comerciante, inclusive, abrigou Tici em seu box, pois houve o alerta de que uma das funcionárias teria pego uma faca. A polícia, felizmente, chegou rapidamente à Feira de São Joaquim e levou as mulheres para a Central de Flagrantes, na Avenida ACM, onde a jornalista e o cinegrafista também prestaram queixa.
SINDICATO DOS FEIRANTES SE MANIFESTOU
O presidente do Sindicato dos Feirantes, Nilton Ávila Filho, falou com o Aratu Online sobre o ocorrido. “Pedimos desculpas à equipe de reportagem e à população, porque não é um comportamento normal na Feira de São Joaquim”, afirmou Filho. Ele disse que lá predomina a cordialidade e que isso foi um ‘fato isolado’.
O presidente do Sindfeira falou, ainda, que falta a presença do poder público – municipal e estadual – no local, e que, por isso, o sindicato acaba administrando algo que ‘não é da sua competência’. Sobre as funcionárias envolvidas, Nilton disse que vai esperar os ‘ânimos se acalmarem’ para tomar as providências cabíveis com serenidade.
As mulheres que participaram da agressão à repórter não são feirantes, mas, sim, fazem a manutenção e limpeza dos banheiros da feira, a troco de um valor ‘irrisório’, de acordo com Nilton Ávila. Ele explicou que o estabelecimento possui três baterias de banheiro, que precisariam de, pelo menos, 15 pessoas na equipe para mantê-las. Contudo, “o poder público não intervém” e o Sindfeira também não consegue arcar com tais custos.
O Sindicato de Jornalistas da Bahia (Sinjorba), por meio da presidente Marjorie Moura, enviou nota de repúdio às agressões sofridas pela equipe de reportagem, e destacou que isso é um “sintoma da violência que permeia a sociedade por atingir pessoas que são responsáveis por dar voz aos problemas desta mesma sociedade”.
Do Aratuonline