Comum em tratamentos entre as mulheres, a reposição hormonal também é indicada para devolver a qualidade de vida aos homens com deficiência androgênica (diminuição gradual da produção do hormônio masculino). No entanto, o médico Juarez Andrade, coordenador do Serviço de Urologia do Hospital da Bahia, alerta para casos específicos para o uso da terapia.
O profissional chamou a atenção para que clínicas antienvelhecimento indicam a reposição de testosterona para fins estéticos. “Não é recomendado. Primeiro, porque você usa algo absolutamente desnecessário e que, depois, pode causar problemas de infertilidade. Segundo, existe uma possibilidade sempre muito discutida da correlação da reposição hormonal com doenças cardiovasculares”.
Apesar da consideração com relação a doenças cardiovasculares, bastante discutida no meio médico, há a garantia, para pacientes idosos, de se garantir a segurança cardiovascular. “Não deve existir nenhum receio em repor a testosterona em pacientes que necessitem”, destacou.
Outro ponto discutido é com relação ao aumento da possibilidade de câncer de próstata com a reposição hormonal. “O que acontece é que com a diminuição do hormônio diminui a velocidade com que o câncer de próstata cresce. Mas existem claros indícios de que há um ponto de saturação, em torno de 250 nanogramas por decilitros de testosterona, em que o câncer vai aparecer de qualquer maneira, independente do hormônio”.
Juarez Andrade diz ainda que não há interferência, na terapia de reposição hormonal, na velocidade de crescimento do câncer de próstata, mas ele reitera que a indicação deve ser feita apenas em casos de necessidade plena, quando você soma dois fatores. “Um fator é a dosagem baixa do hormônio, comprovada em análise laboratorial, e outro são os sintomas de baixa testosterona”, aconselha.
Onda de calor forte, sudorese intensa, baixa libido, pouca disposição, falta de concentração estão entre os sintomas de quem apresenta queda do nível hormonal. O tema ainda é um tabu no universo masculino, mas Juarez Andrade reforça que os homens, da mesma forma que as mulheres, apresentam também redução do hormônio sexual. A deficiência androgênica está presente em aproximadamente 15% dos homens entre 50 e 60 anos, chegando a 50% ou mais dos homens com 80 anos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
Juarez reforça que, tão logo tenha a indicação e não exista contraindicação formal, o paciente deve se submeter ao tratamento de reposição hormonal. “Entre os benefícios estão a melhora da libido, da agilidade, concentração, cognição, melhora o bom humor e o desejo de realizar atividade física, entre outros”, enumera.
Bahia Notícias