Espirros, coceira, secreção ou obstrução nasal.
Quem tem rinite costuma reconhecer estes sintomas “de cara” e sabe o quanto eles são incômodos!
E o caminho mais comum para essas pessoas é recorrer a medicamentos, como antialérgicos, anti-inflamatórios, descongestionantes etc.
Porém, você sabia que alguns alimentos podem ser grandes aliados, tanto no tratamento como na prevenção das crises de rinite?
Saiba mais sobre as particularidades desta inflamação e confira quais alimentos podem ser aliados no combate e/ou prevenção das crises de rinite.
5 tipos de alimentos que pioram os sintomas da rinite
Marcelo Mello, otorrinolaringologista do Hospital CEMA, explica que as substâncias presentes em certos alimentos ou nos aditivos neles contidos reagem sobre os tecidos nasais, através de mecanismos vasculares, glandulares e neurorregulatórios, desencadeando os sintomas e a piora da obstrução nasal.
Confira os principais tipos de alimentos prejudiciais neste sentido:
1. Leite e seus derivados
Mello explica que a alergia às proteínas do leite envolve uma resposta exacerbada do sistema imunológico, aumentando o muco nas vias respiratórias.
“Curiosamente, indivíduos que sofrem de rinite em decorrência da ingestão de leite de vaca ou derivados lácteos têm pré-disposição genética para outras doenças como a asma e o eczema atópico”, acrescenta.
2. Bebidas alcoólicas
Mello destaca que elas causam vasodilatação e congestão nasal.
Vale destacar que essas bebidas incluem, além do álcool, sulfitos como conservantes.
3. Trigos e cereais
“Partículas do trigo e outros cereais podem, quando inaladas, provocar doenças respiratórias.
Além disso, o glúten aumenta a produção de muco”, esclarece Mello.
4. Industrializados
Repletos de conservantes e corantes, alimentos como fast-food, enlatados, embutidos, entre outros, pioram significativamente quadros alérgicos e problemas respiratórios.
5. Chocolate e doces
A maioria desses alimentos contém em sua composição ingredientes potencialmente alergênicos, como leite, soja, nozes e amendoim, podendo agravar quadros de rinite.
Parece difícil ficar longe desses alimentos?!
O segredo é ter equilíbrio e bom-senso…
Eles não são totalmente proibidos, mas não devem ser consumidos frequentemente e/ou em excesso.
A dica é consultar seu otorrinolaringologista e seguir corretamente as orientações passadas por ele!
4 tipos de alimentos que ajudam a evitar a rinite
A boa notícia é que existem alimentos que são aliados na hora de tratar ou evitar crises de rinite.
São eles:
1. Alho e cebola
Mello explica que eles contêm enzimas que combatem infecções e a quercetina, um pigmento natural que atua inibindo produção e liberação de histamina (que, por sua vez, é responsável por causar irritação nos olhos e congestão nasal).
2. Peixes de água fria
Mello explica que o salmão, a sardinha e o atum, por exemplo, são fontes de ômega-3 e de selênio, que protegem as vias aéreas, ajudando a evitar inflamações.
3. Sementes de girassol e linhaça
Tais sementes, assim como os peixes, são fontes de ômega-3 e de selênio e, assim, ajudam a evitar a inflamação da mucosa nasal.
4. Frutas cítricas
O otorrinolaringologista Mello destaca que essas frutas são ricas em vitamina C e antioxidantes e, assim, ajudam no fortalecimento do sistema imunológico, ajudando a aliviar, inclusive, os sintomas da rinite.
Mas, para que tais alimentos realmente ajudem a combater a rinite, como eles devem ser consumidos?
“É preciso se conhecer e saber aproveitar os benefícios das propriedades de cada alimento.”
“Incluir na alimentação diária aqueles que ajudam a eliminar o excesso de muco, expectorantes e que melhoram o sistema imunológico”, responde Mello.
O médico alerta que é preciso ter atenção ao consumir alimentos que interferem negativamente: “o melhor a fazer é evitá-los durante as crises e, fora destes episódios, consumi-los com moderação”, diz.
A rinite e seus sintomas
Mas, afinal, o que é a rinite?
Por que é um problema que incomoda tantas pessoas?
Marcelo Mello explica a rinite é a inflamação, crônica ou aguda, alérgica ou não, da mucosa de revestimento nasal.
De acordo com o último Consenso Brasileiro Sobre Rinites, de 2017, a rinite pode ser classificada em:
– Rinites infecciosas: aquelas causadas por vírus, e menos frequentemente por bactérias;
– Rinite alérgica: é a forma mais comum. Induzida pela inalação de partículas alergênicas nos indivíduos predispostos;
– Rinite não-alérgica: grande diversidade. Neste grupo encontra-se a rinite induzida por drogas, rinite do idoso, rinite hormonal, rinite da gestação, ocupacional, idiopática, e rinite associada à alimentação;
– Rinite mista: aquelas com mais de um agente causador.
Mello destaca que os sintomas da rinite geralmente se iniciam na infância, mas podem surgir em qualquer idade.
Os principais são:
– Espirros frequentes
– Coceira
– Secreção nasal clara e abundante
– Obstrução nasal
“Também pode haver sangramento nasal, prurido e lacrimejamento ocular, tosse, roncos, coceira na garganta e nos ouvidos, estalidos no ouvido, voz anasalada e diminuição do olfato”, acrescenta o otorrinolaringologista.
Mello ressalta que a alimentação adequada não é a solução completa, mas, sim, mais um aliado para não deixar os sintomas afetarem a qualidade de vida da pessoa.
“Os problemas respiratórios exigem do doente um excelente controle ambiental, livre de poeira e ácaros, e hábitos de vida saudáveis.”
“Quando essas medidas não forem suficientes para manter a rinite sob controle, é possível recorrer ao médico otorrinolaringologista para consultar outras opções de prevenção e tratamento”, finaliza o otorrinolaringologista.
R7