Quase metade das escolas e creches da cidade do Rio de Janeiro tiveram ao menos um tiroteio no seu entorno entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018. O dado é de um levantamento feito pelo aplicativo Fogo Cruzado, em parceria com agência Volt Data Lab, divulgado nesta quarta-feira (18).
A aproximação entre os confrontos armados e as unidades de ensino colocam em risco a vida de alunos, pais e profissionais da rede escolar. Além do risco à segurança, há também os prejuízos no aprendizado de crianças e adolescentes. No ano passado, a rede municipal do Rio funcionou completamente apenas em 14 dos 198 dias letivos. Nos demais 184, ao menos um escola ou creche foi fechada pela violência.
A pesquisa divulgada nesta quarta revelou que em toda cidade são registrados, em média, dois disparos de arma de fogo por dia em área escolar. Para o estudo foram considerados apenas tiroteios em um raio de 300 metros de creches e escolas, municipais ou estaduais, em qualquer horário do dia.
Ao todo, são 1.886 unidades de ensino, das quais 46% (ou 871) já registram confrontos no entorno. O bairro mais vulnerável, segundo os dados, é a Cidade de Deus, zona oeste carioca. Dos 17 espaços de educação – escolas, creches e EDIs (Espaço de Desenvolvimento Infantil) – cinco têm, em média, um disparo a cada três dias e lideram o ranking. Em seguida aparecem ainda outras duas unidades da zona oeste, uma escola e um EDI de Bangu.
O levantamento mapeou pouco mais de 7 mil tiroteios ou disparos de arma de fogo ocorridos na cidade do Rio no período de um ano. No período a Cidade de Deus foi a área com maior incidência de conflitos, seguida de Bangu, Maré, Lins de Vasconcelos e Praça Seca.
R7