Na semana do Carnaval, os foliões de Salvador podem ficar sem ônibus. É o que garante o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, ao confirmar a mobilização da categoria para uma possível paralisação às vésperas da festa. Em entrevista para nesta quinta-feira (17), para a Rádio Sociedade, Daniel Mota enalteceu o esforço da prefeitura para garantir o pagamento dos rodoviários que atuarem na folia, mas criticou o Setps (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador), que segundo ele não tem cumprido com importantes pontos da convenção coletiva assinada por patrões e trabalhadores.
Mota destacou três pontos que devem ser atendidos pelo sindicato patronal para que a paralisação não ocorra. O primeiro é sobre a participação dos trabalhadores nas metas estipuladas pelo Setps para o ano passado e que teriam sido atingidas pela categoria. O valor não teria sido repassado. Eles também exigem o depósito dos 8 meses atraso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a garantia da suspensão de demissão em massa que estaria ocorrendo.
Também em entrevista para a Rádio Sociedade, o assessor de Relações Sindicais do Setps, Jorge Castro, atribui a crise que as empresas vem atravessando como um dos motivos para que alguns pontos não tenham sido cumpridos. Além dos investimentos feitos nos veículos, Castro também se queixou dos atentados praticados por bandidos que incendiaram dezenas de veículos provocando prejuízos que não estavam previstos nas contas do Setps. Cada ônibus incendiados custa R$ 300 mil reais. Uma reunião entre representantes do Setps e dos rodoviários deverá definir a paralisação ou o acordo.