Rodoviários demitidos da Concessionária Salvador Norte (CSN) bloquearam, no fim da manhã desta quarta-feira (16), parte do tráfego na Avenida ACM, em Salvador, em protesto pelo pagamento de direitos trabalhistas. Segundo a categoria, eles estão há 90 dias sem receber os valores após demissão.
A Superintendência de Trânsito do município informou que o tráfego está bastante congestionado na região, nas imediações do Shopping da Bahia. Uma equipe da Polícia Militar também acompanha a manifestação, que acontece de forma pacífica na via.
De acordo com a categoria, um acordo foi fechado, em 11 de maio, para o pagamento das dívidas e houve um prazo de 10 dias para a conclusão do processo. No entanto, ainda segundo os rodoviários, os pagamentos não foram feitos e eles estão há quase três meses sem ter acesso aos direitos trabalhistas.
Os rodoviários já haviam realizado uma manifestação na segunda-feira (14), pelo mesmo motivo. Na ocasião, eles saíram da Estação da Lapa e foram em caminhada até a sede da prefeitura.
A Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) disse que a prefeitura e o Sindicato dos Rodoviários têm acompanhado o andamento do acordo assinado entre os rodoviários e a CSN, para que os termos sejam cumpridos.
O órgão afirmou ainda que “lamenta a postura dos profissionais, uma vez que o protesto é realizado por uma minoria de ex funcionários da empresa, sem apoio do sindicato, e que apenas traz transtornos à rotina da cidade”.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, a prefeitura pediu um tempo para efetuar o pagamento do valor que ainda falta porque o processo está em análise pelo Tribunal de Contas do Município. Há a possibilidade de até o final da semana.
O sindicato acrescentou que encaminhou uma liminar para liberação do FGTS e falta o complemento deste valor.
Demissão
Os rodoviários da CSN foram demitidos após a prefeitura de Salvador rescindir o contrato com a CSN, em março deste ano, após um relatório de uma auditoria apontar diversas irregularidades na gestão do contrato por parte da empresa. Segundo o prefeito Bruno Reis, o total da dívida acumulada da CSN é de R$ 516 milhões.
A prefeitura já havia decretado a intervenção da CSN desde junho de 2020, após ser informada pelo Sindicato dos Rodoviários de que a concessionária vinha descumprindo acordo coletivo assinado com a categoria, além de atrasar constantemente o adiantamento salarial e o tíquete alimentação.
Com isso, as operações da CSN vinham sendo feitas pela prefeitura, que montou uma operação emergencial de transporte, para garantir o atendimento aos usuários da bacia operada pela concessionária.
G1