O presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi, disse hoje (7) que o aumento no número de casos de roubo de carga no Rio de Janeiro é devido à facilidade com que os criminosos abordam os transportadores.
A ação de criminosos dos Complexos do Chapadão e da Pedreira, junto à Rodovia Presidente Dutra, tem aumentado o roubo de cargas no Rio. A mercadoria é levada para estas duas comunidades e é altamente rentável.
“Isso acontece porque é uma facilidade tremenda que eles encontram para fazer esses crimes. O roubo de carga, atualmente, é uma das maiores fontes de renda dos traficantes do Rio de Janeiro. [O roubo de carga] faz parte de um grande crime organizado que usa esse ato como um negócio. E, como as leis são muito brandas para os receptores de produtos roubados, acaba-se gerando um despudor desses criminosos.
O destemor citado por Rebuzzi, em muitos casos, é demonstrado claramente nas ações dos criminosos. “Eu já ouvi de autoridades policiais que, em alguns casos, os bandidos entram com motocicletas na frente do motorista e apenas o conduzem para dentro de uma determinada comunidade, onde as mercadorias ou alimentos são descarregados e, posteriormente, vendidos para camelôs da própria região.” Por conta disso, o número de ocorrências desse tipo triplicou no estado. Em 2016 foram registrados mais de 9 mil casos.
“Sabemos que o Rio já passa por problemas seríssimos em diversos setores, e isso respinga neste tipo de crime, pois os policiais não têm condições de entrar em uma comunidade para recuperar carga. Os carros blindados não estão em condições de circular. Então, como entrar nessas áreas? E por isso é inserida uma taxa de 5% a mais no custo das mercadorias, já que as empresas não se sentem seguras no Rio. O que mais ouvimos delas são reclamações. Isso enfraquece nossa economia e arranha a imagem, algo de que o Rio de Janeiro não precisa no momento”, lamentou.
Para Reduzzi, a solução seria reformular as leis que tratam desse tipo de crime. “Tem que ser mais duro no que se diz respeito às leis. Todo estabelecimento ou camelô que fosse encontrado com produtos sem origem fiscal deveria ser lacrado na mesma hora. As forças de segurança fazem sua parte, tentam coibir, mas não tem sido bastante. O problema é maior do que aparenta ser.”
Em nota, a Polícia Militar informou que faz Operação Mercadoria Legal para coibir a prática de roubo e furto de cargas em todo o Estado. A ação conta com a participação de todas as unidades operacionais, além do Batalhão de Policiamento em vias expressas e do Batalhão de Polícia Rodoviária. A operação é feita preferencialmente nos períodos da manhã, quando há maior incidência de roubo de cargas.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que patrulha as rodovias federais, diz que acompanha a tendência de migração da criminalidade para o roubo de cargas. Além do policiamento ostensivo em trechos onde se registram roubos de carga, a PRF trabalha com levantamento de inteligência policial para o mapeamento de trechos e horários críticos e a subsequente execução de operações de enfrentamento.
A PRF informou que a Operação Rota Segura Rio de Janeiro está em execução, com cooperação com a Polícia Militar e a Força Nacional. A Polícia Rodoviária Federal informou ainda que, além do policiamento e das ações pontuais (operações), também faz, em cooperação com Polícias Civis e Federal, ações preventivas, com cumprimento de mandados de prisão e desbaratamento de quadrilhas especializadas no roubo e receptação de cargas.
A Polícia Civil disse que as delegacias têm desenvolvido trabalhos de inteligência, inclusive com o intercâmbio de informações entre as unidades, para identificar e prender quadrilhas especializadas no roubo de cargas e os receptadores dos produtos. Nos últimos meses, operações policiais foram deflagradas para prender criminosos, em decorrência das investigações feitas pela Instituição.
Quem tiver qualquer informação que possa contribuir com investigações sobre esse tipo de crime pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) pelos telefones (21) 2334-8823 e 2334-8835 ou pelo chat .
Agência Brasil