A OMS fez um apelo para que se evite reuniões de Natal, aconselhando que se comemore a data com os membros da família que vivem na mesma casa a fim de evitar a propagação do coronavírus, já que, embora muitos já estejam cansados, a pandemia ainda está em curso.
Os médicos reforçam a recomendação da OMS. No entanto, para aqueles que não pretendem seguir essa conduta, algumas medidas podem ajudar e evitar um saldo de casos, e até mortes, após as reuniões em família.
Para a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunização), o requisito principal é que todos estejam seguindo “as regras que a pandemia impõe”, que são distanciamento social, higenização das mãos e uso de máscara em todas as situações, ressalta.
“Essas regras são as que vão impedir que o vírus seja disseminado. Quanto maior o cuidado antes desse encontro, menor o risco de você ir para a ceia infectado e acabar transmitindo para um familiar”, afirma.
A infectologista Lina Paola Rodrigues, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, afirma que uma alternativa é fazer o Natal deste ano em ambientes abertos, como praça e parques, em que cada família leve sua própria refeição. “Um piquenique é válido, com cada um no seu quadrado”, diz.
Caso a reunião seja feita dentro de casa, Lina explica que todas as janelas devem permanecer abertas, que se retire alguns móveis para que o distanciamento entre as pessoas seja possível e que o número de convidados seja compatível com o tamanho do ambiente para garantir que não se forme aglomeração. “Por exemplo, o máximo de 7 pessoas para um ambiente de 50m²”, afirma.
Contatos fisicos ainda não estão liberados. Isso inclui beijos, abraços, pegar bebê no colo e colocar a mão nas mãos de bebê. “Isso só será permitido com toda a população vacinada”, frisa. “É um risco para o adulto e para a criança, que servirá de fonte de infecção para outro adulto”, acrescenta.
Uma opção é usar roupas de plásticos para abraçar os parentes, como ocorre em alguns hospitais, recomenda.
Crianças abaixo de 2 anos não podem usar máscara. Para protegê-las, além do distanciamento, a infectologista orienta a borrifar álcool 70 nas mãos após o contato e esperar secar, caso não seja possível lavar com água e sabão. O álcool em gel deixa resíduos que podem ser levados à boca e lenços umedecidos não são suficientes para eliminar o coronavírus, de acordo com ela.
Enquanto a interação entre adultos e crianças pode ser controlada por meio do bom senso dos adultos, a interação entre crianças, não. “Naturalmente, elas vão querer brincar uma com as outras”, diz Lina.
Para minimizar risco de disseminação da covid-19 nesse caso, a infectologista orienta a permitir a interação desde que a outra criança não esteja com febre ou secreção.
Isbella afirma que não há problema no uso de talheres e louças. Já Lina destaca que apenas se evite o compartilhamento, por exemplo, que uma pessoa serva a outra.
“Trocar a tolha do lavado por toalhas de papel descartáveis, sabonete tem que ser líquido. Pensar na casa da mesma forma como funciona um hospital”, orienta.
Ambas as médicas são unânimes em afirmar que a máscara só deve ser retirada ao se alimentar e o distanciamento sempre deve ser mantido. A máscara não deve ser retirada na hora da foto.
“Muitos acham que a máscara protege 100%, mas não protege. Ela protege você sim, mas principalmente evita que você transmita a covid-19 se estiver infectado. Usar máscara é pensar no outro”, diz.
R7