Peneira é a seleção promovida pelos clubes de futebol, com o intuito de descobrir novos jogadores para a sua categoria de base. Para entender melhor como funciona esse processo com a dupla Ba-Vi, o Varela Notíciasentrou em contato com Weberson Oliveira, coordenador de captação do Bahia e Carlos Anunciação, coordenador da base rubro-negra.
De acordo com Weberson, o Bahia realiza peneiras semanalmente em Salvador. A peneira no tricolor é dividida em três etapas: a primeira etapa acontece quando o captador vai aos bairros e seleciona os meninos que se destacam. Em seguida, eles pegam a documentação necessária e levam os meninos para treinar no campo de Itinga. Os garotos que continuam se destacando, seguem para a última etapa, no Fazendão, para treinar com os atletas que já estão disputando competições. Em média, 700 atletas por mês participam das peneiras do clube e desses, apenas três ou quatro conseguem chegar até a última etapa de captação.
Drible, bom passe, velocidade e dinâmica são as características que mais chamam atenção. Segundo Weberson, os garotos estão cada vez mais robotizados. Ainda de acordo com o coordenador de captação do clube, o Bahia oferece uma ótima estrutura para os garotos: boa alimentação, psicologia, fisiologia, odontologia e que desta forma, não deve nada aos grandes times do sul do país.
No Vitória, semanalmente, em média, 250 a 300 garotos participam das peneiras no clube. Segundo Carlão, somente cerca de 10 a 15 por cento dos meninos passam para a última etapa, que é o treinamento com os atletas da categoria de base rubro-negra. Ainda de acordo com o coordenador da base do Leão, existem muitos talentos no futebol brasileiro, mas hoje faltam os chamados “tops de linha”, utilizando Neymar e Gabriel Jesus como referências.
Carlão argumentou que o principal fator é o incentivo ao trabalho de base, além da melhora nas políticas públicas no sentido da valorização das escolinhas de futebol. Para ele, os campos nos bairros, que estão cada vez mais escassos, são fundamentais na formação social e no desenvolvimento das habilidades das crianças. Por isso, o rubro-negro realiza trabalhos sociais, abrindo seu espaço físico para a comunidade, dando oportunidade para os jovens desenvolverem o esporte e a educação física, independente do seu talento.
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