A quarentena é um convite à comilança desenfreda. Com a cozinha logo ali, muita gente passa o dia beliscando alguma guloseima. O resultado vai acabar aparecendo nos quilos a mais e nas roupas que não servem.
“A primeira informação de conforto que o nosso cérebro recebe quando nascemos vem por meio do alimento, seja do leite materno ou da mamadeira. Biologicamente, nós sentimos conforto enquanto estamos comendo. Então, como uma maneira de equilibrar toda essa questão emocional pela qual estamos passando, nós nos permitimos comer mais. O fato de estarmos em casa, acaba facilitando o acesso à comida”, explica Kárita Lima, nutricionista consultora da Lindoya Verão.
Para quem não deseja chegar ao fim do período da quarentena em pé de guerra com a balança, a nutricionista traça estratégias que podem contribuir para evitar o prejuízo ao final do isolamento social.
Tentar manter a sua rotina o mais próximo possível ao que era antes do isolamento, com horários para acordar, se alimentar, trabalhar e ir dormir é muito importante neste período, segundo a especialista.
“Eu tenho percebido que as pessoas estão indo dormir muito tarde. Esse comportamento causa descompensações noturnas que levam aos assaltos à geladeira e à dispensa. Isso porque quem fica acordado até muito tarde perde uma janela grande de produção de hormônios que equilibram, entre outras coisas, o apetite”.
Manter ou incorporar a prática de atividade física a essa rotina também é essencial, segundo a nutricionista, não só pela manutenção da forma física, mas também porque a prática rotineira de uma atividade física pode trazer benefícios como aumento do humor e do bem-estar, assim como a diminuição do estresse e da ansiedade. “A endorfina, que é um dos hormônios liberados no organismo durante a prática de exercícios, está associada ao relaxamento, alívio e contentamento generalizados.”
Para quem quer acrescentar um novo hábito à rotina, a nutricionista sugere um bem simples: beba mais água! “Não que a água por si só tenha efeito emagrecedor. Mas, podemos nos apropriar dos efeitos que ela provoca no organismo como estratégia para manter a fome sob controle”, esclarece Kárita Lima.
A primeira reação do nosso organismo à ingestão de água é a sensação de saciedade. É como se enganássemos o nosso cérebro, de acordo com Kárita. “A distensão do estômago, causada pela entrada do líquido, diz ao cérebro que já estamos satisfeitos. Como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, o ímpeto pela comilança acaba diminuído”, aconselha.
Além disso, a nutricionista conta que, quando bebemos água, o organismo libera o hormônio leptina que atua no estômago e envia para o cérebro a informação de saciedade. Ao receber essa mensagem, a mente se contentará com quantidades menores de comida.
Para quem não tem certeza da quantidade de água que é necessário ingerir para aproveitar todos os benefícios, a nutricionista ensina uma conta básica: basta multiplicar o seu peso corporal por 35 ml. Uma pessoa que pesa 60 quilos, multiplicando esse valor por 35, veremos que a quantidade de água que ela deverá beber ao longo do dia é 2.100 ml.
Além de aumentar a ingestão de água, Kárita enfatiza a importância de ter sempre à disposição alimentos com alta densidade nutricional e baixo valor energético. A maneira mais fácil de seguir essa recomendação é apostar em uma alimentação rica em proteínas magras, legumes e verduras.
“Eu recomendo que, durante as refeições, as pessoas dobrem a quantidade de salada e de legumes. Isso vai trazer saciedade por mais tempo e, pode reduzir a vontade de assaltar a geladeira”, diz a nutricionista
R7