O saldo das operações de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 3,086 trilhões em dezembro do ano passado, o que representou uma queda de 0,6% em relação a 2016, quando esse valor chegou a R$ 3,105 trilhões. O saldo de 2017 é equivalente a 47,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens produzidos no país). Em 2016 as operações de crédito representavam 49,6% do PIB.
Os dados estão no Boletim de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado hoje (29) pelo Banco Central.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, 2017 apresentou quedas sucessivas no estoque do crédito até meados de agosto. No último trimestre do ano, no entanto, houve uma recuperação gradual. “Tem algumas modalidades que saíram na frente, como é esperado, e algumas outras não iniciaram o processo de recuperação. Mas [o crédito] parece alinhado à recuperação da atividade [econômica] que a gente viu ao longo de 2017”, explicou.
De acordo com Rocha, o crédito livre, que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado, puxou essa recuperação. Em 2017, o crédito a pessoas físicas teve um aumento de 8,4% nas concessões e 5,6% no saldo, ao contrário do crédito a pessoas jurídicas, que recuou 7%.
No total, de acordo com o boletim, o crédito com recursos livres somou R$ 1,583 bilhão, um aumento de 1,7%, em comparação com dezembro do ano passado. Na carteira das famílias, com saldo de R$ 851 bilhões, o aumento foi de 0,3% em relação a novembro, destacando-se o cartão de crédito à vista, com crescimento de 4,2% no mês, o financiamento de veículos (1,2%) e o crédito consignado (0,4%).
O crédito às empresas somaram R$ 732 bilhões em dezembro, uma retração de 2% comparado com dezembro de 2016.
Já o crédito direcionado totalizou R$ 1,503 bilhão, uma retração 3% em relação a dezembro do ano passado. O crédito direcionado é aquele regulado pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) ou vinculado a recursos orçamentários destinados, basicamente, à produção e ao investimento de médio e longo prazos nos setores imobiliário, rural e de infraestrutura.
Agência Brasil