Após mais de três anos em obras de recuperação, o Casarão dos Azulejos Azuis, na região do Comércio, em Salvador, abriga agora o mais novo museu da capital soteropolitana: a Cidade da Música da Bahia.
Próximo a cartões postais da cidade, como o elevador Lacerda e o Mercado Modelo, a construção da década de 1850 estava repleta de escombros oriundos do desabamento da cobertura do prédio.
No total, foram investidos mais de R$ 19 milhões em obras que incluíram a estabilização do imóvel e recuperação dos tradicionais azulejos portugueses azuis da fachada.
Para a coordenadora de comunicação do museu, Maria João Amado, a importância do novo espaço reformado passa, inclusive, pela autoestima dos moradores da capital baiana: “É um edifício belíssimo que estava muito degradado. As pessoas passavam e pensavam ‘puxa, que pena que está assim’”.
Agora, a cidade que é berço de grandes artistas da MPB, samba-reggae, rock, pagode e axé, oferece uma experiência musical completa ao visitante, distribuída em quatro pavimentos totalmente recuperados do edifício.
Cidade da Música da Bahia foi aberto ao público na última quinta-feira (23) – Foto – Betto Jr/Divulgação
Espaços
O piso térreo conta com hall de entrada, recepção e bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, centro de pesquisa, além da área de infraestrutura do centro cultural.
Os pavimentos superiores abrigam acervos permanentes e estão sob as curadorias do antropólogo Antonio Risério e do arquiteto e artista Gringo Cardia.
No primeiro andar, a exposição A Cidade de Salvador e Sua Música retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O local abriga uma grande maquete interativa, três grandes telas de projeção, estações de consulta e estúdio para gravação de depoimentos.
No segundo pavimento, o tema é a Tropicália e abriga a exposição História da Música na Bahia com nove cabines de vídeos, além de três salas: A Magia da Orquestra, com conteúdo voltado para a música clássica; A Nova Música da Cidade, com uma tela de 80 polegadas que exibe vídeos com grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música; e, por fim, a sala Quem Faz a Música da Bahia, que exibe 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana.
O terceiro andar é dedicado a entretenimentos educativos, com estúdio e cabine de mixagem. No espaço karaokêteka, o visitante vira cantor. Escolhe um fundo para seu vídeo e, ao final, tem um clipe pronto para postar nas redes sociais. Uma estação de vídeo exibe todos os clipes já gravados. O conteúdo é acumulativo e dá para pesquisar quem gravou.