Encontro promovido por Kenya Felicíssimo, Delegada-Brasil da Associação Mundial de Medicina do Sono, acontece em 18 de março
O déficit de sono é um problema de saúde pública e gera inúmeras complicações, como estresse, perda de produtividade, de concentração, aumento no número de acidentes de trabalho (700% maior) e de trânsito (60% são motivados por sono e cansaço). Para alertar a população sobre esses prejuízos, é comemorado, no mês de março, o Dia Mundial do Sono. Em Salvador, a data será celebrada no dia 18 (sábado), com a 4ª edição da palestra “Cuide do seu Sono e Ganhe Qualidade de Vida – Dormir Bem Nutre a Vida”, promovida pela especialista Kenya Felicíssimo, Delegada-Brasil da World Association of Sleep Medicine, pioneira em Odontologia do Sono na Bahia e doutora em Biotecnologia.
O evento acontece no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, no Salvador Shopping, às 10 horas, e conta com a participação de renomados profissionais de saúde. O encontro apresenta ao público alguns estudos que mostram que dormir bem é essencial para a saúde. De acordo com o Instituto do Sono, 63% dos brasileiros têm algum problema relacionado ao sono e distúrbios como insônia, ronco e apneia (parada respiratória durante o repouso) interferem no descanso e prejudicam o bem-estar físico e cognitivo do indivíduo.
Segundo a Associação Brasileira do Sono, 24% dos homens e 18% das mulheres de meia-idade roncam. Acima dos 60 anos, o percentual aumenta para 60% e 40%, respectivamente. O Instituto do Sono aponta que existem 40 milhões de brasileiros portadores da apneia, distúrbio que pode levar a problemas cardíacos, como pressão alta e infarto do miocárdio.
O distúrbio do sono é um problema social
Dormir bem também é a chave para combater a obesidade. Um estudo da UNIFESP aponta que noites mal dormidas elevam em 24% a sensação da fome e 23% o apetite; a vontade de comer alimentos com muito carboidrato aumenta de 33 para 45%. A privação do sono reduz os níveis de leptina (hormônio da saciedade) e aumenta os de grelina (hormônio da fome). Há variáveis também nas taxas de cortisol (hormônio do estresse) em indivíduos que dormem mal.
Os impactos podem ser ainda piores. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina e Tráfego revela que 60% dos acidentes de trânsito no Brasil são motivados por sono e cansaço. Dados da Polícia Rodoviária Federal divulgados em 2015 apontam que, de 2010 a 2014, o número de acidentes cujo indício presumido pelo policial no momento do atendimento foi dormir ao volante aumentou 30% nas rodovias. No total, foram 1.609 brasileiros mortos.
Em distúrbios barulhentos como o ronco, o companheiro também é afetado. Uma pesquisa da British Lung Foundation revela que uma em cada três pessoas perde 23 dias de sono por ano por conta do ronco do companheiro e 39% dos entrevistados dormem com frequência em outro quarto por conta do barulho. Um em cada nove casais dorme separado permanentemente por conta do problema.
Sobre o Dia Mundial do Sono
O objetivo do Dia Mundial do Sono é educar a população acerca dos distúrbios do sono, como ronco, apneia e insônia, para diminuir as consequências dessas doenças. O dia é celebrado, anualmente, na sexta-feira antes do equinócio de março – ou seja, a data muda a cada ano. Em 2017, o Dia Mundial do Sono é comemorado em 17 de março, com o tema “Dormir bem nutre a vida”. A iniciativa é promovida pela World Association of Sleep Medicine.