A atriz Samara Felippo usou suas redes sociais para fazer um post reflexivo sobre o corpo. No post compartilhado, ela aparece de biquíni e na legenda falou sobre a aparência, já que as pessoas sempre cobram aquele corpo perfeito, igual modelo.
Samara contou que chegou a odiar o seu próprio, no entanto, lembrou de um trecho de um livro que fala sobre a mudança do corpo da mulher, repensou e viu que não tinha motivos para não gostar do que estava vendo.
“Olhei essa foto, por segundos eu me odiei e logo veio esse texto na minha mente! Obrigada Mari. Faço minhas as suas palavras!!! Que bom poder dividir com vcs, espero que inspire. E que fique claro, eu ainda tenho plena consciência do “padrão” que ocupo. E chega de opressão e de vergonha com qualquer parte do nosso corpo! Mulheres: Vamos nos amar p****!!!”, desabafou a atriz.
Confira o texto:
“‘A barriga é proibida. Perseguida. Alvo de artilharia e de armas químicas. A guerra contra a barriga é antes de tudo uma guerra contra o ser mulher. Qualquer que seja sua forma ou tamanho, é na barriga das mulheres que nasce a vida, o riso, a criação. Amar a barriga é transgressor. É um ato revolucionário de cura.
Dentro e fora do padrão, somos ensinadas desde cedo a ocuparmos o mínimo possível de espaço. Meu lugar no mundo é este aqui: pontuado pelo escuro do meu umbigo. Cobrir e esconder o volume que o meu corpo ocupa não reduz meu tamanho no espaço. É o corpo que delimita a parte que me cabe, ínfima e imensurável. A barriga é luminosa.
Sou uma mulher mas sou também muitas. A barriga lembra. Trespassada pelo plexo solar, ela catalisa o poder pessoal, a consciência visceral. Dela vem uma força ancestral de movimento e de vitalidade pura, selvagem. A barriga é inteligente e também sensível. A barriga quer ser amada.
É na barriga que a intuição me agarra, que o friozinho do desejo verdadeiro me estremece. É dentro dela que aquilo que me nutre borbulha lentamente para alimentar minhas criações. A barriga é uma usina de transformação. Um portal entre o imaterial e o material.
Mais do que permitida, a partir deste momento eu declaro que a barriga é sagrada. Ungida com óleo e carícias, nutrida de sementes e calor. Uma vez, quando eu era criança e não tinha medo de pedir o que eu queria, um homem perguntou se eu tinha o rei na barriga. Quando lembro dele me dá vontade de voltar pra corrigir: rei não. Restaurada sua glória inequívoca, a barriga retoma seu trono. Aqui. Esta barriga é minha. Dentro dela, uma rainha. A barriga é revolucionária’. Texto maravilhoso de Mariana Bandarra”,