A cidade de São Paulo atingiu apenas 22,8% da cobertura vacinal – sendo que a meta é 95% -, desde o início da campanha contra o sarampo, em 10 de junho, até o momento. Mas nos últimos dias, a procura pela vacina começou a crescer, segundo Helena Sato, coordenadora de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
Em relação a informações desencontradas em postos de saúde – alguns estão vacinando somente o público-alvo, de 15 a 29 anos, e outros qualquer faixa etária – e à falta de vacina em alguns locais, a coordenadora afirma que são questões relacionadas à grande demanda.
“Há mais de 20 anos não havia um aumento de casos como ocorre agora, então estamos tendo uma carga aumentada de ações de bloqueio e de varredura e isso faz com que em alguns locais o consumo de vacina seja grande e pode haver desabastecimentos pontuais, mas já estaremos recebendo mais vacinas do Ministério da Saúde”, explica.
“Nos locais em que há campanha, a prioridade é vacinar pessoas entre 15 e 29 anos”, completa.
A cidade de São Paulo passa, no momento, por surto da doença. Entre os 633 casos registrados no Estado, 484 ocorreram na capital paulista. O número destoa das demais cidades. Santos, que figura em segundo lugar, tem 22 notificações.
“Muitas pessoas pensam: ‘nunca vai acontecer comigo. No entanto, trata-se de uma doença com dinâmica muito grande. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir para 18, além de a doença poder evoluir para pneunomia, complicação hospitalar ou complicação neurológica”, completa.
“Não se sabe exatamente por que São Paulo tem esse grande número de casos, mas entre os fatores está a baixa cobertura vacinal”.
A campanha de vacinação, que se estendeu para mais 14 cidades além da capital desde o dia 11 de julho, tem como prioridade vacinar jovens entre 15 e 29 anos, pois são as principais vítimas do sarampo, segundo Helena. Mas a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível pelo SUS durante todo o ano também para outras faixas etárias – desde crianças a partir de um ano até adultos de 49 anos.
Na capital, a idade para receber a vacina caiu para seis meses. Segundo a coordenadora, o motivo foi que o vírus começou a circular nessa faixa etária. Ela afirma que a medida ainda não será aplicada às demais cidades.
Durante a campanha, que vai até 16 de agosto, a vacinação está sendo oferecida em UBSs e postos volantes em estações do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo).
R7