O Brasil corre o risco de ter novos surtos de sarampo em razão da queda na cobertura vacinal, alerta a Organização Pan-Americana de Saúde, a OPAS. Grave e altamente contagiosa, a doença pode ser prevenida por meio da vacina tríplice viral, disponível em postos de saúde e que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. No entanto, de acordo com o Painel de Cobertura Vacinal do Ministério da Saúde, a taxa de imunização caiu de 112%, em 2014, para 84%, em 2024.
O sarampo é transmitido pela tosse ou espirro da pessoa infectada e afeta principalmente as crianças. Alguns dos sintomas são: febre alta e manchas avermelhadas na pele. “O paciente ainda pode apresentar irritação ocular, conjuntivite, lacrimejamento, olhos secos, embaçamento visual, sensibilidade à luz, entre outras complicações oculares graves, além de cegueira temporária, que sem o tratamento adequado pode gerar transtornos maiores e com comprometimento visual persistente”, alerta o médico oftalmologista Pedro Antonio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos, Hospital de Olhos.
O médico reforça que receber a vacina é a melhor forma de se proteger do sarampo. De acordo com ele, “se surgirem sintomas suspeitos, os pais devem procurar o atendimento regular para fechar um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento. Também é importante consultar um médico oftalmologista para que o paciente receba os cuidados necessários para a preservação da saúde ocular”.
A Organização Mundial da Saúde, a OMS, alerta para o aumento consistente dos registros de sarampo em diversas regiões do mundo. Em 2023 foram cerca de 300 mil casos, 79% a mais que no ano anterior. Além disso, de acordo com a OMS, o número de países que reportaram surtos de sarampo passou de 32 para 51, de um ano para o outro1.
O Brasil chegou a ser reconhecido como livre do sarampo, mas o vírus voltou a circular no país em 2018 e em cinco anos infectou em torno de 48 mil pessoas. Entre os anos de 2018 a 2022 foram confirmados 9.329, 21.704, 8.035, 670 e 41 casos de sarampo, respectivamente.
Em 2022, os estados que confirmaram casos foram: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado foi registrado no estado do Amapá, com data de início do exantema (erupção na pele) em 05/06/2022. Este ano foram registrados 4 casos importados nos estados do Rio Grande do Sul, em janeiro, Minas Gerais, em agosto, e São Paulo, em outubro, em pacientes que visitaram outros países.