O Ministério da Saúde vai alterar de três meses para três anos a idade máxima para a identificação de bebês afetados pelo vírus Zika. A mudança faz parte do novo protocolo, que vai considerar não só o tamanho da cabeça da criança, como é feito atualmente, mas também outros sintomas para notificar crianças com Síndrome Congênita do Zika. A assessora da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Mariana Leal, explicou que as mudanças serão feitas depois que as redes municipais de saúde começarem a relatar crianças que não têm microcefalia, mas que apresentam tardiamente sintomas possivelmente associados à síndrome, como alterações na audição, neurológicas e malformações nos membros. “Hoje em dia a gente já vê crianças com oito meses [sem microcefalia] com alterações e que a gente agora está começando a investigar para ver se tem associação com zika”, disse à Agência Brasil. De acordo com a especialista, o serviço de saúde tem uma tabela de alterações que podem ser encontradas em crianças vítimas do vírus Zika na gestação. Percebidos os sintomas até os três anos de idade, a rede irá investigar se tem origem no vírus, ou em outra infecção, como sífilis ou rubéola. Mariana Leal ainda adiantou que o protocolo irá prever tratamento diferenciado antes das primeiras 48 horas de um bebê que durante o pré-natal tenha tido suspeita de ter sido afetado pelo vírus. “Se conseguirmos confirmar que a criança teve zika antes das 48 horas de vida, eu consigo associar a uma síndrome congênita. Após esse período, pode ser uma síndrome pós-natal, pode ter sido infectada depois do nascimento”. A rede de saúde também acompanhará o tipo de danos causados em bebês que tiveram a infecção pelo Zika depois do nascimento. Ao todo, 2.071 crianças com Síndrome Congênita do Zika recebem a estimulação precoce preconizada pelo Ministério da Saúde e 1.413 são acompanhadas pela assistência social.