Campanha será iniciada com 200 consultas e exames de PSA gratuitos, que serão oferecidos na Fundação Lar Harmonia no próximo dia 9
A Sociedade Brasileira de Urologia seccional Bahia (SBU-BA) realizará diversas atividades durante o Novembro Azul. Juntamente com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC-BA), Centro Estadual de Oncologia (Cican), Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), Fundação Lar Harmonia e Laboratório LPC, a SBU-BA criou uma linha de cuidados para a saúde do homem. Além de consultas e exames de PSA gratuitos, as ações incluem um mutirão de biópsia de próstata, cirurgias e conscientizações sobre a saúde do homem na Arena Fonte Nova e em um shopping de Salvador.
Para começar, 200 pacientes serão atendidos no Ambulatório Médico-Odontológico Eurípedes Barsanulfo (AMEB), na sede da Fundação Lar Harmonia, em Piatã, no dia 9 de novembro, das 7h às 13h. Além da consulta com urologistas, os homens atendidos na ação farão exames de PSA (Antígeno Prostático Específico), que serão realizados pelo LPC. As fichas serão distribuídas pelo Lar Harmonia. Os casos suspeitos serão encaminhados ao Cican para biópsia e os casos confirmados de câncer de próstata localizado serão encaminhados ao Hupes, mais conhecido como Hospital das Clínicas (UFBA), para tratamento.
Outras ações – O vice-presidente da SBU-BA, o urologista Lucas Batista, já anunciou que, para o dia 23 de novembro, está confirmado um mutirão de biópsia de próstata no Cican. “Ao longo dos meses de novembro e dezembro, os pacientes diagnosticados com câncer de próstata durante a campanha da SBU-BA serão operados no Hupes, através de técnica minimamente invasiva”, destacou. Além disso, durante os jogos do Bahia pelo campeonato brasileiro, a Sociedade Brasileira de Urologia seção Bahia fará divulgações sobre a saúde do homem na Arena Fonte Nova. Para completar, a SBU-BA fará uma ação de divulgação do Novembro Azul em um shopping da cidade. Mais detalhes sobre essas ações que serão realizadas ao longo do mês serão divulgados em breve.
Dados preocupantes – A cada dia, 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata e aproximadamente 3 milhões vivem com a doença, sendo essa a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil. São estimados para este ano 68.220 novos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Frente a essa realidade, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) inicia mais uma edição da campanha Novembro Azul, que chama a atenção para o diagnóstico precoce do câncer de próstata e também para a saúde do homem de forma global.
Uma pesquisa realizada pela revista Saúde e o Instituto Lado a Lado pela Vida em agosto, com 2.405 homens, mostrou que 59% deles não costumam ir ao urologista. Entre os homens acima de 50 anos atendidos pela rede privada ou planos de saúde, 89% disseram já ter feito o PSA e 65% o exame de toque. Entre os atendidos pelo SUS, 45% nunca foram submetidos ao toque retal e 16% não fizeram o exame de PSA.
Rastreamento – A SBU recomenda que os homens a partir da puberdade procurem um urologista para avaliação individualizada. O início da avaliação do risco de câncer da próstata começa aos 50 anos, mas aqueles da raça negra, obesos mórbidos ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos.
Os exames devem ser realizados após uma análise dos fatores de risco pelo urologista e ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, o rastreamento poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de dez anos.
Além do câncer, a próstata pode apresentar outros problemas, como a hiperplasia ou crescimento benigno da glândula, que atinge cerca de 50% dos homens acima de 50 anos, gerando dificuldade de micção. Outro problema frequente é a prostatite, que é a inflamação da próstata.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito exclusivamente através da biópsia da próstata. Para indicar corretamente a biópsia, o urologista precisa levar em consideração vários fatores, dentre eles o toque retal. A finalidade desse exame é detectar qualquer alteração na próstata (endurecimento, nódulos) que possa estar relacionada com a presença do câncer. O toque é parte fundamental da avaliação prostática, servindo também para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento, caso o câncer esteja presente.
O PSA é o marcador mais utilizado no auxílio ao diagnóstico de câncer de próstata. Isoladamente, o PSA elevado não significa necessariamente que o indivíduo tem câncer de próstata, por isso a necessidade do toque retal. “Os exames são complementares. Ainda que um deles não acuse a doença, o outro pode indicar”, explica o urologista Lucas Batista.
Novidades no diagnóstico e tratamento – Atualmente, existe uma distinção entre a identificação de um tumor na próstata e a necessidade de tratá-lo, evitando tratamentos agressivos para doenças de baixo risco de progressão e reduzindo o “supertratamento” ou tratamentos desnecessários. Outra novidade é a ressonância magnética multiparamétrica, um exame de imagem com indicação clínica para biópsia que já foi incorporado na maioria das diretrizes internacionais e está chegando aos consultórios brasileiros. Por fim, a cirurgia robótica tem se apresentado como uma evolução relevante da videolaparoscopia, tratamento cirúrgico minimamente invasivo da doença.