Secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura foi entrevistada por uma equipe do SporTV na Suíça e elogiou a nova postura da CBF, adotada após os escândalos que, inclusive, mantém o ex-presidente José Maria Marín em prisão domiciliar em Nova York. Durante a conversa, Samoura elogiou a colaboração da Confederação Brasileira.
“A Fifa está cooperando em 100% com as investigações norte-americanas. A decisão de quem é culpado ou inocente deixamos com a Justiça. Mas isso não prejudica nosso trabalho com a CBF. Eles estão passando por numa nova formatação dos mecanismos internos. E, para ser sincera, estamos bem contentes com as medidas que foram tomadas no âmbito de contabilidade e da transparência. Estamos agora ajeitando as últimas ferramentas que irão nos dar mais controle sobre a forma como o Fundo do Legado é gasto e, o mais importante, como esse projeto de legado vai se desenvolver em nossas áreas de foco”, disse Samoura. A secretária-geral ainda elogiou o atacante Neymar, revelando que a filha é fã do camisa 11 do Barcelona.
“Deixa eu levar essa questão para o lado pessoal. Minha filha está super animada com a classificação (do Brasil para a Copa), pois é ela é uma grande fã do Neymar. (…) Eu não posso antecipar isso, mas se ele continuar jogando como tem feito no Barcelona, acho que ele tem todas as chances de um dia ser reconhecido como o melhor do mundo. Não tenho a menor dúvida”, afirmou. Fatma falou que tem sido bem recebida no cargo e, segundo ela, a sua presença na entidade mostra uma nova face do esporte que foi dominado por homens por anos.
“Isso só mostra o quanto futebol é um jogo global e o quanto a alta hierarquia dele está abraçando a diversidade. Logo, para a maioria das pessoas que estou lidando diariamente é una casa aberta. A Fifa hoje está melhor do que a Fifa de um ano atrás. Gostaria de dizer que todos os problemas que a Fifa enfrentou em 2015 já acabaram, mas ainda enfrentamos certa resistência interna para implementar reformas. Apesar disso, hoje posso dizer que em termos de controle interno nós estamos indo muito bem”, comentou. Fatma revelou ainda que tem muita admiração pelo futebol brasileiro.
“Para o resto do mundo, o jeito como os brasileiros jogam é único. Eu tinha oito anos quando o Brasil se classificou para a Copa do México (1970) e vi o filme do Pelé jogando com Tostão, Jairzinho, muitas vezes e toda vez que vou até o Museu da Fifa e vejo essas imagens marcantes de um jovem time vindo de um lugar tão distante e capazes de confrontar os grandes criadores do jogo é algo para mim que sempre vou ter na minha memória. Acho que para 2,5 ou 3 bilhões de pessoas, não há Copa sem o Brasil”, concluiu.
Fatma assumiu o cargo de secretária-geral da Fifa em junho e antes atuava como oficial sênior das Nações Unidas. Esta foi a primeira entrevista exclusiva da dirigente a uma equipe de TV da América Latina.
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