O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços prevê recuperação das exportações e importações brasileiras em 2017 e um superávit no mesmo patamar do registrado em 2016, de US$ 47,69 bilhões. As informações são do secretário de Comércio Exterior da pasta, Abrão Neto, que comentou hoje (2) o superávit de 2016, o maior desde o início da série histórica do governo, em 1989.
“Se este cenário [de recuperação para 2017] se confirmar, será o primeiro aumento de exportações nos últimos cinco anos e de exportações nos últimos três anos. Isso nos levaria a um aumento da corrente de comércio, o que não ocorre desde 2014”, disse Neto. Em 2016, apesar do superávit recorde, a média diária exportada caiu 3,5% ante 2015, e a média diária importada recuou 20,1%.
O saldo positivo do ano passado deveu-se ao fato de as importações terem caído mais que as exportações. As vendas ao exterior caíram principalmente em razão da redução de preços das commodities (bens primários com cotação internacional). Já as importações caíram, entre outros motivos, porque a demanda por bens do exterior – entre os quais estão insumos e bens de capital, usados na produção industrial – recuou por causa da crise econômica no país.
Segundo Abrão Neto, para este ano espera-se a melhora desse cenário, com expectativa de recuperação dos preços das commodities minerais, apesar da incerteza quanto aos preços das commodities agrícolas. O secretário destaca, ainda, a previsão de crescimento da economia e comércio mundiais para este ano e a evolução das importações, que deram sinal de melhora ainda em 2016.
Tendência
No primeiro trimestre de 2016, as importações tiveram queda de 33,4% em relação a igual período de 2015. No segundo trimestre, a queda era de 23,9% feita a mesma comparação. No terceiro trimestre, as importações recuaram 13,2% em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano anterior e, por fim, no quarto e último trimestre do ano, caíram 6,1%, de acordo com o critério da média diária.
No mês de dezembro, as importações registraram alta de 9,3% em relação ao mesmo mês de 2015, segundo o mesmo critério. O secretário de Comércio Exterior, contudo, acredita que os melhores dados para avaliar o cenário são os verificados nos trimestres. “Isso [aumento das importações no mês] se explica por uma base de comparação muito baixa em dezembro de 2015.”
Segundo Neto, a projeção de retomada do crescimento da economia brasileira este ano permitirá que as importações continuem em recuperação. Nesta segunda-feira, o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com projeções de instituições financeiras, previu crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) para 2017. O governo espera ainda, para este ano, manutenção da taxa de câmbio, favorável às exportações.
Mesmo com exportações e importações em queda, o secretário de Comércio Exterior afirma que o resultado de 2016 é positivo para o país. “É importante destacar a importância desse superávit em relação à manutenção de estoques robustos de reservas cambiais e também a contribuição para a melhora das nossas contas externas. Até novembro, a balança comercial contribuiu para uma redução de 75% no déficit de transações correntes do país.”
Agência Brasil