Em julho de 2018, a produção industrial (transformação e extrativa mineral) da Bahia aumentou 1,0% frente ao mês de junho, quando registrou crescimento de 12,4%. Na comparação com igual mês do ano anterior, a indústria baiana assinalou crescimento de 0,7%. As informações fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Entre os setores que exerceu influência positiva no período, o de base florestal (mais especificamente Celulose, Papel e Produtos de Papel) contribui com 1,7%.
Este número vem mais uma vez demonstrar que o setor de base florestal tem grande participação na balança comercial do estado. “De acordo com a FIEB, o setor de base florestal – que nos últimos anos esteve alternando entre primeiro e segundo lugar -, foi o terceiro maior exportador do estado em 2017, com vendas externas na ordem de US$ 1,27 bilhão e com um índice de 15,7% do total exportado pela Bahia”, explica o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade.
Em nível nacional, em 2017, as exportações do setor só ficaram atrás do complexo soja, de carnes e do setor sucroalcooleiro. “O país lidera o ranking de produtividade florestal, com média de 35,7 m³/ha/ano, o que representa quase duas vezes mais do que a produtividade dos países do hemisfério norte. A área com florestas plantadas ocupa apenas 1% da área do país, mas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais”, acrescenta Andrade.
Mais Bahia – O PIB da cadeia produtiva do setor florestal da Bahia atingiu R$ 9,3 bilhões em 2016. Este setor contribuiu com cerca de 4,0% no total do PIB estadual no referido ano. Estima-se que a arrecadação tributária do segmento para a Bahia em 2016 foi de R$ 2,69 bilhões, o que representa contribuição de 3,2% no total arrecadado pelo estado, evidenciando a relevante contribuição tributária do setor florestal estadual. E gerou 228,7 mil empregos (diretos, indiretos e efeito-renda) em 2016.
“Tudo isso também se dá porque o setor de base florestal tem alavancagem de diversos outros segmentos que demandam madeira nos seus processos produtivos, a exemplo da construção civil, da indústria de papel e celulose, a metalúrgica, energia de biomassa, a secagem de grãos do agronegócio, madeira e móveis, entre outros. Isso faz com que, mesmo nos últimos dois anos de redução de economia nacional (e do estado), o setor de base florestal continuou crescendo em referência a empregos, exportações, investimentos, diversificação e desconcentração da atividade econômica no estado (as plantações florestais na Bahia estão localizadas no Sul, Sudoeste, Litoral Norte e Oeste)”, informa Andrade.
Detentor de 647,8 mil hectares plantados principalmente com eucalipto, o estado está entre os líderes do ranking de área florestal plantada. A Bahia possui 730,5 mil hectares de florestas certificadas (áreas de produção e de remanescentes nativos) voluntariamente pelas empresas através do sistema FSC e/ou CERFLOR. Estima-se que entre 500 mil hectares com ecossistemas florestais nativos no estado são destinados à proteção e preservação ambiental. Deste total, as empresas associadas da ABAF contribuem com 381 mil hectares, o que representa cerca de 88% do total. Em resumo, o setor tem 0,7 hectare preservado para cada hectare de produção.
“Provocando ainda mais crescimento para o setor, devemos considerar o compromisso brasileiro, nos acordos mundiais de combate às mudanças climáticas, de plantio ou replantio de 12 milhões de hectares de florestas e mais 5 milhões de hectares no modelo Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF). Sem dúvida, pela competitividade dos plantios baianos baseada nas condições edafo-climática (em determinadas regiões ultrapassa 45 m³/ha/ano, acima da média nacional), na avançada tecnologia aplicada por nossos produtores e empresas, boa parcela desses compromissos brasileiros podem resultar no aumento dos plantios locais. Para isso, nós estamos dialogando com a iniciativa privada, agentes governamentais e sociedade civil para que não percamos essa oportunidade”, analisa o diretor da ABAF.