Os olhinhos de Raíssa e de Mikaelly, ambas com cinco anos, brilharam ao reencontrarem a professora Rosângela Araújo, 44, no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Maria Rosa Freire, no bairro da Palestina. O encontro fez parte da Semana de Visitação e Acolhimento, que ocorreu até esta sexta-feira (30), nas escolas municipais, para que os pais e familiares dos alunos pudessem conversar com os diretores sobre o retorno às aulas, marcado para a próxima segunda-feira (3).
Na entrada da escola, Raíssa, Mikaelly e as outras crianças que participaram da visita lavaram as mãos no lavatório situado próximo à portaria, enxugaram e depois colocaram o álcool gel com o uso do dispensador do produto, logo na entrada. Queila Carvalho, de 31 anos, mãe de Raíssa, gostou da estrutura da escola em atendimento aos protocolos sanitários contra o coronavírus e disse que vai aderir ao retorno das aulas semipresenciais.
“Desde o ano passado Raíssa está querendo conhecer a escola nova e hoje é a primeira vez que ela vem, após a inauguração. Eu me sinto mais segura agora, pois vejo que a escola tem estrutura para acolher a minha filha e as outras crianças. E mesmo elas estando em casa durante esse período, eu notei que a diretora e as professoras tiveram muito cuidado com elas e até com os familiares”, afirma a mãe.
Queila conta que tem orientado muito a pequena, mas que às vezes se surpreende recebendo a orientação da filha. “Ela já aprendeu tanto que me orienta quando eu saio, pede que eu tome cuidado e não fique perto das pessoas. Você vê que ela já correu e foi direto lavar as mãos na pia ao chegar, porque ela já tem essa sensibilidade com os cuidados. Ela não tira a máscara enquanto está na rua. A gente só sai quando há necessidade mesmo”.
Confiança – Josileide Santana, 41 anos, mãe de Mikaelly, também pretende levar a filha à escola na próxima segunda. “A gente sempre tem certa apreensão, não só na escola, como no supermercado e na padaria. Mas eu confio na competência da escola e na competência da direção. Todos aqueles que assistiram as nossas crianças desde março, quando as aulas pararam, merecem a nossa confiança. Eu sinto que vai dar tudo certo”.
Durante a visita, Mikaelly disse estar com saudade da creche. Questionada se gosta mais da aula em casa ou na escola, a escola foi a resposta. “Gosto mais da escola, porque dá para ver a professora”.
O Cmei Maria Rosa Freire possui 208 alunos matriculados nos anos escolares do grupo três ao cinco. Para muitos estudantes da instituição, a semana de visitação e acolhimento serviu também para que eles conhecessem o novo imóvel reconstruído, com entrega realizada em dezembro do ano passado.
“A minha filha me pedia todos os dias, então aproveitei e trouxe ela para conhecer. Ela ficou muito encantada com os brinquedos, os jogos educativos, tudo arrumadinho e eu também gostei bastante. Parece até uma escola particular”, contou a dona de casa Tainara Vidal, 27 anos, mãe de Luíza, de cinco anos.
Cuidados – A semana de visitação e acolhimento foi realizada em grupos pequenos, com horários predefinidos e com duração de até duas horas para cada grupo no turno e contraturno de matrícula do aluno. Após visitar as salas de aula, brinquedoteca, banheiros e corredores do Cmei, Rosângela de Araújo, professora e diretora da instituição, tirou as dúvidas dos pais e familiares. Ela explicou, por exemplo, que nesse momento de retorno os alunos terão aulas presenciais e não presenciais, em dias alternados.
Rosângela mostrou para as crianças também algumas medidas que deverão ser tomadas na volta às aulas, a exemplo do respeito ao distanciamento social dentro e fora da sala de aula e o uso da máscara. A diretora reiterou que a unidade está organizada, sinalizada e vai atender às exigências em relação à higienização.
“Desde março não paramos com as atividades. Nós fizemos mostra pedagógica, gincana virtual, temos grupos de sala, as professoras fazem videochamada com os alunos e com as mães, entregamos as atividades impressas para a resolução e posterior correção. Então a gente tem trabalhado. E hoje eu tenho convicção de que as escolas estão bem estruturadas para receber as crianças”, diz a diretora.
Ano letivo – O ano letivo das escolas municipais 2020/2021 será composto de 256 dias, organizados em quatro unidades de 64 dias letivos cada. As escolas irão funcionar presencialmente em dias úteis, sendo que os alunos irão frequentá-las em dias alternados, ou seja: segunda, quarta e sexta em uma semana e na semana seguinte terça e quinta, de forma a garantir carga horária igual para todos os alunos.
Nos dias em que os alunos não estiverem presencialmente na escola, eles irão realizar atividades não presenciais: aulas online, aulas pela TV, estudos dirigidos e atividades impressas.
Medidas – O decreto municipal divulgado no último dia 24 prevê, entre outras medidas, que as áreas comuns das instituições sejam higienizadas ao menos duas vezes por turno, e o distanciamento mínimo de 1,5 metro seja respeitado. Dispensadores de álcool gel 70% devem ser colocados à disposição, em quantidade compatível à estrutura e de pessoas circulando na instituição.
Alunos, colaboradores, professores, pais e responsáveis, visitantes e prestadores de serviço devem usar a máscara obrigatoriamente durante todo o tempo de permanência na escola. Já os alunos da Educação Infantil (zero a cinco anos) e portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) não serão obrigados a usar máscara, porém devem ser orientados a evitar contato físico.