O número foi apresentado nesta terça-feira (18) à CPI Mista das Fake News.
Informações falsas são o principal motivo que leva os brasileiros a evitarem a vacinação, acima de fatores como o esquecimento ou mesmo a falta da medicação nos postos de saúde.
Segundo o levantamento, mais de 21 milhões de pessoas (13% da população maior de 16 anos) haviam deixado de se vacinar ou de vacinar seus dependentes.
Entre as falsificações mais difundidas estão afirmações de que vacinas causariam autismo, conteriam grandes quantidades de mercúrio, teriam menos eficiência do que produtos naturais ou seriam uma imposição do governo para controlar a população.
A pesquisa foi feita pelo Ibope a pedido da SBIm e ouviu 2.002 pessoas, nas cinco regiões do país, ao longo de quatro dias. Todos os entrevistados eram maiores de 16 anos.
O coordenador de Comunicação da SBIm, Ricardo Machado, explicou que a vacinação não é apenas uma questão de proteção individual. Quem possui problemas no sistema imunológico, por exemplo, não pode tomar vacinas e depende das demais pessoas para não ficar vulnerável.
“Buscam-se altas taxas de coberturas vacinais para termos um volume tão grande da população imunizado que a circulação do vírus é reduzida. Isso ajuda a proteger quem não pode se vacinar por algum motivo.”
A pesquisa também apontou que pessoas que obtêm suas informações sobre vacinas e medicina por meio das redes sociais, de conversas com amigos e parentes ou de grupos religiosos ficam mais expostas a conteúdos falsos: 72% dos entrevistados que já receberam mensagens negativas sobre vacinação pelas redes sociais se declararam inseguros quanto à prática, contra 27% dos que nunca receberam.
“As fake news estão nos deixando doentes”, resumiu Ricardo Machado.
O presidente da CPI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), foi o autor do requerimento para a audiência sobre o tema.
Ele destacou a necessidade de que a comissão dedique tanta atenção às fake news na área da saúde quanto dedica ao efeito eleitoral delas.
“Sei que aqui só ‘ferve’ quando se fala em política, mas um assunto dessa natureza, que atenta contra a vida das pessoas, não pode ser deixado em segundo plano.
Machado explicou que a maioria dos conteúdos que circulam no Brasil vem de fora do país, quase sempre dos Estados Unidos, onde a atuação de militantes anti-vacinação é mais forte.
Aqui, uma rede de sites e comunidades virtuais atua principalmente como transmissora desses conteúdos, que são traduzidos e divulgados com grande alcance pelas plataformas digitais.
Na avaliação do representante da SBIm, essas plataformas (como Facebook e YouTube) devem ter o direito de retirar do ar conteúdos comprovadamente falsos, com o embasamento da comunidade científica, sem que os responsáveis possam alegar violação da sua liberdade de expressão.
Além disso, o combate digital às fake news da saúde deve incluir um maior repertório de informações corretas no ambiente virtual e interpelações judiciais aos responsáveis por páginas, grupos e perfis que difundem conteúdos falsos. Outra estratégia é a revisão das campanhas oficiais de vacinação, que podem estar falhando em cativar a população.
“As imunizações estão sofrendo pelo próprio êxito. Na medida em que doenças críticas foram desaparecendo, o medo delas foi desaparecendo também. Fica fácil esquecer. As ações de comunicação já não comunicam mais com eficiência a importância das vacinas.”
Durante a audiência, o deputado Rui Falcão (PT-SP) ofereceu ajuda para encontrar um advogado que atue sem custos para a SBIm em ações contra os sites responsáveis por informações falsas.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou que o Ministério da Saúde possui um canal para que os cidadãos chequem a veracidade de informações que recebem a respeito da vacinação.
R7
O número foi apresentado nesta terça-feira (18) à CPI Mista das Fake News.
Informações falsas são o principal motivo que leva os brasileiros a evitarem a vacinação, acima de fatores como o esquecimento ou mesmo a falta da medicação nos postos de saúde.
Segundo o levantamento, mais de 21 milhões de pessoas (13% da população maior de 16 anos) haviam deixado de se vacinar ou de vacinar seus dependentes.
Entre as falsificações mais difundidas estão afirmações de que vacinas causariam autismo, conteriam grandes quantidades de mercúrio, teriam menos eficiência do que produtos naturais ou seriam uma imposição do governo para controlar a população.
A pesquisa foi feita pelo Ibope a pedido da SBIm e ouviu 2.002 pessoas, nas cinco regiões do país, ao longo de quatro dias. Todos os entrevistados eram maiores de 16 anos.
O coordenador de Comunicação da SBIm, Ricardo Machado, explicou que a vacinação não é apenas uma questão de proteção individual. Quem possui problemas no sistema imunológico, por exemplo, não pode tomar vacinas e depende das demais pessoas para não ficar vulnerável.
“Buscam-se altas taxas de coberturas vacinais para termos um volume tão grande da população imunizado que a circulação do vírus é reduzida. Isso ajuda a proteger quem não pode se vacinar por algum motivo.”
A pesquisa também apontou que pessoas que obtêm suas informações sobre vacinas e medicina por meio das redes sociais, de conversas com amigos e parentes ou de grupos religiosos ficam mais expostas a conteúdos falsos: 72% dos entrevistados que já receberam mensagens negativas sobre vacinação pelas redes sociais se declararam inseguros quanto à prática, contra 27% dos que nunca receberam.
“As fake news estão nos deixando doentes”, resumiu Ricardo Machado.
O presidente da CPI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), foi o autor do requerimento para a audiência sobre o tema.
Ele destacou a necessidade de que a comissão dedique tanta atenção às fake news na área da saúde quanto dedica ao efeito eleitoral delas.
“Sei que aqui só ‘ferve’ quando se fala em política, mas um assunto dessa natureza, que atenta contra a vida das pessoas, não pode ser deixado em segundo plano.
Machado explicou que a maioria dos conteúdos que circulam no Brasil vem de fora do país, quase sempre dos Estados Unidos, onde a atuação de militantes anti-vacinação é mais forte.
Aqui, uma rede de sites e comunidades virtuais atua principalmente como transmissora desses conteúdos, que são traduzidos e divulgados com grande alcance pelas plataformas digitais.
Na avaliação do representante da SBIm, essas plataformas (como Facebook e YouTube) devem ter o direito de retirar do ar conteúdos comprovadamente falsos, com o embasamento da comunidade científica, sem que os responsáveis possam alegar violação da sua liberdade de expressão.
Além disso, o combate digital às fake news da saúde deve incluir um maior repertório de informações corretas no ambiente virtual e interpelações judiciais aos responsáveis por páginas, grupos e perfis que difundem conteúdos falsos. Outra estratégia é a revisão das campanhas oficiais de vacinação, que podem estar falhando em cativar a população.
“As imunizações estão sofrendo pelo próprio êxito. Na medida em que doenças críticas foram desaparecendo, o medo delas foi desaparecendo também. Fica fácil esquecer. As ações de comunicação já não comunicam mais com eficiência a importância das vacinas.”
Durante a audiência, o deputado Rui Falcão (PT-SP) ofereceu ajuda para encontrar um advogado que atue sem custos para a SBIm em ações contra os sites responsáveis por informações falsas.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou que o Ministério da Saúde possui um canal para que os cidadãos chequem a veracidade de informações que recebem a respeito da vacinação.
R7