Na semana passada, a Geely deixou oficialmente o Brasil, dando fim ao período de suspensão que havia começado em 2016. A decisão foi tomada em momento oportuno, pois o fim do programa Inovar-Auto deveria facilitar a vida das marcas de importados. Entretanto, não foi isso o que aconteceu para a Geely, assim como para muitas outras estrangeiras que vieram tentar a sorte no país. Nem sempre, o problema foram os impostos. Conheça sete marcas de carro que deixaram o Brasil:
1. Lada
A marca soviética Lada foi uma das primeiras estrangeiras a chegarem ao Brasil depois da reabertura do mercado às importações, em 1990. Apareceram por aqui modelos como o sedã Laika, o hatch Samara e o famigerado jipe 4×4 Niva. Após apenas cinco anos, entretanto, a Lada deixou o país. Uma das razões é que os motores soviéticos não se adaptaram à gasolina brasileira, com muito álcool.
Apenas recentemente, tem-se ouvido rumores de que a marca retornará ao Brasil, trazendo um Niva totalmente atualizado, produzido através da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi que hoje controla a fabricante russa. O jipinho pode, inclusive, passar a ser fabricado no Paraná.
2. Geely
A chinesa Geely é uma marca controlada pelo todo poderoso Grupo Geely, hoje dono da Volvo, Lotus, e do qual o CEO, Li Shufu, é o maior acionista da Daimler. Apesar disso, a fabricante não teve sorte no Brasil, e suas importações foram interrompidas no mês passado. A Geely começou a ser importada para o Brasil em 2014 pelo Grupo Gandini, o mesmo que traz a Kia para cá.
Em abril de 2016, entretanto, as operações foram suspensas após apenas 1.282 unidades vendidas, e, recentemente, foram finalizadas oficialmente. Segundo a Geely do Brasil, a marca se tornou uma “operação deficitária” devido ao programa Inovar-Auto. Há grandes chances, entretanto, de que a chinesa retorne ao país com vendas diretas.
3. Alfa Romeo
A tradicional Alfa Romeo carrega uma história comprida e participou até mesmo do nascimento da Ferrari, na década de 1920. Muito depois disso, a italiana chegou ao Brasil, consagrando modelos como o sedã 2300, fabricado em Betim na década de 1970. Assim, sobreviveu depois do fechamento dos portos, em 1976, para desistir da região 10 anos depois devido ao baixo volume de vendas.
Um ano depois, a marca passou a fazer parte do Grupo FCA e, em 1991, retornou ao Brasil com modelos como o icônico 164, 145, 155 e 156. Em 2006, entretanto, a Alfa Romeo finalizou novamente suas operações no país e não voltou mais.
4. Mazda
Esta tradicional marca japonesa nunca teve sorte no Brasil, onde ficou por 10 anos, tendo chegado em 1990, com a reabertura dos portos. Naquela época, trouxe os modelos MX-3, MX-5 e 626 através da Mesbla, gigante do varejo brasileiro que faliu em 1999. Com a falência, foi embora também a japonesa, e não voltou mais.
Recentemente, o presidente e CEO da Mazda na América do Norte, Masahiro Moro, garantiu que não tem planos de retornar ao Brasil. “Primeiro, pelos altos impostos cobrados pelo governo brasileiro. Segundo, pelas dificuldades para estabelecermos uma fábrica no país”, detalhou ele em entrevista exclusiva ao AutoPapo.
5. Changan
A Changan foi a primeira marca chinesa a vir para o Brasil, em 2006, quando ainda se chamava Chana. Sobre a chegada ao país, o presidente da importadora Districar, Abdual Ibraimo, acreditava no sucesso no país. “Ao contrário dos comentários iniciais sobre o nome, à época de sua apresentação no Salão do Automóvel de 2006, entendemos que o consumidor brasileiro aceitou muito bem os veículos do Chana”, disse ele à revista AutoEsporte, em 2011, quando mudou de nome.
A sorte, entretanto, durou pouco, e hoje a Changan não está mais presente no país.
6. Daihatsu
A japonesa Daihatsu foi outra que chegou ao Brasil com a reabertura das importações, trazendo Cuore, Applause e Terios em 1994. Mas ficaram pouco tempo no país e, durante uma alta do dólar, em 1999, se tornaram mais uma das marcas de carro que deixaram o Brasil.
7. Mahindra
A Mahindra é a maior fabricante de automóveis da Índia. No Brasil, ela chegou pelas mãos da importadora Bramont em 2007 e chegou até mesmo a ter seus carros produzidos em Manaus. Entre eles, estava a Pik-Up e o M.O.V. (que antes se chamava Scorpio), mas o volume de vendas foi muito baixo e a indiana decidiu voltar para casa em 2015.
R7