Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde(OMS), o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens, de 15 a 29 anos. Pesquisas do DataSUS, plataforma do governo federal que concentra informações relativas à saúde no Brasil, revelam que as mortes por suicídio entre 2011 e 2020 aumentaram 35% no país. Criado em 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Setembro Amarelo tem a intenção de conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e a valorização da vida e neste ano o lema da campanha é “A vida é a melhor escolha!”.
De acordo com o psicólogo do Hapvida NDI, Carol Costa Jr. o comportamento suicida inclui pensamentos, planos e tentativas de autodestruição. É resultante da interação de fatores psicológicos, genéticos, culturais, biológicos e socioambientais e as questões que levam ao ato são cumulativas na história de vida, não podendo ser atribuídas a eventos isolados, nem desconsiderando questões particulares de cada um. Dentre os fatores de risco conhecidos, a depressão, por exemplo, pode evoluir e a pessoa chegar realmente às vias de fato. Por mais que o comportamento suicida não seja previsto, alguns sinais ou mesmo indicadores podem ser notados para uma intervenção de acolhimento.
“A depressão não aparece do dia pra noite. Você acorda hoje e “estou depressivo”. Ela é gradativa. Então, ela vai se mostrando presente, muitas vezes uma falta de vontade, no momento onde a pessoa começa a ter um comportamento de recusa. Ele já evita estar entre as pessoas. As atividades que eram prazerosas, já não são mais. Começa em um discurso vitimista, de finitude”, explica o especialista.
Ainda segundo o psicólogo, as ideações suicidas podem se manifestar em qualquer idade e, inclusive as crianças também estão propensas a terem este tipo de problema. Quando se refere à questão de gênero, as mulheres estão mais suscetíveis devido às oscilações hormonais mensais que alteram o comportamento, deixando-as mais vulneráveis aos transtornos do humor, especialmente a depressão como doença ou sintomas depressivos.
O médico faz um alerta da importância do tratamento da saúde mental no dia a dia de uma pessoa, para poder incorporar estratégias de autocuidado e alcançar hábitos saudáveis. “A gente só não vai ter coisa boa na vida o tempo todo, mas saber lidar com elas. Os problemas não são para serem solucionados, eles são para serem administrados, então, é importante sempre buscar e ter atividades prazerosas, algo que lhe faça bem. Não é só de problema, trabalho, corre-corre, que a vida é feita! Então, nós precisamos de um momento para a gente também.” pontua o psicólogo.