Dar voz ao paciente durante o tratamento é uma tarefa que vem ganhando intensidade na área de saúde. Nos últimos anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), variados tratamentos que incluíram os pacientes como parceiros nos seus cuidados obtiveram resultados significativos no aumento da qualidade de vida dessas pessoas. De olho nessa realidade, em 2023, a campanha Setembro Laranja, com um dos focos voltado para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, comemorado no dia 17, apresenta o tema “Elevar a voz dos pacientes!”, com a intenção de aumentar a consciencialização do papel central que os pacientes, suas famílias e cuidadores realizam no avanço de um cuidado mais seguro. Dentre os principais assuntos discutidos na campanha deste ano, estão: a orientação dos pacientes e de seus familiares para se apropriarem de seus cuidados durante o tratamento e a importância dos profissionais de saúde darem voz aos pacientes, visando agregar os cuidados da saúde com resultados positivos, além de mais segurança. Jaqueline Suzan, enfermeira especialista em Terapia Intensiva, Prevenção e Controle de Infecção e Assessora de Qualidade Assistencial da Assiste Vida, empresa baiana de assistência domiciliar, destaca a necessidade fundamental de que os pacientes mantenham a atenção redobrada durante todo o período de tratamento, principalmente nos cuidados que estão recebendo. “Em caso de dúvidas ou preocupação sobre quaisquer cuidados a serem recebidos, a equipe de saúde deve ser questionada com o objetivo de sanar as dúvidas do paciente e ou acompanhante. Portanto, sempre procure o Núcleo de Segurança do Paciente instituído na empresa que está prestando o serviço e pergunte o que há no Plano de Segurança para estimular a participação do paciente e dos familiares na assistência que está sendo prestada.”, alerta Jaqueline Suzan. A importância da colaboração entre profissionais e paciente Garantir a qualidade da assistência à saúde do paciente está entre uma das mais importantes tarefas das instituições de saúde, para isso, a Segurança do Paciente é essencial em todas as áreas. Classificada como um conjunto de ações voltadas à proteção contra riscos, eventos adversos (EA) e danos desnecessários durante a atenção prestada ao paciente nos serviços, a temática tem sido discutida com constância a fim de reduzir os incidentes e estabelecer um atendimento eficaz. De acordo com um relatório apresentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), durante o ano 2022 foram registrados no Brasil mais de 292 mil incidentes relacionados à assistência à saúde. Desse número, a região Nordeste ocupa o segundo lugar com 24% dos registros. Ainda segundo os dados, a Bahia apresentou cerca de 9 mil incidentes relacionados à assistência à saúde, sendo pessoas na faixa etária entre 66 e 75 anos as mais afetadas. Jaqueline Suzan, ressalta a importância da criação de medidas eficazes voltadas exclusivamente para a Segurança do Paciente. “Na Assiste Vida, além do paciente estar incluso em todas as tomadas de decisões referentes ao seu tratamento diário, possuímos um compromisso escrito que define as ações macro a serem desenvolvidas, assegurando uma atenção domiciliar com padrões de qualidade adequados à redução máxima possível do risco de danos desnecessários ao paciente.”, ressalta. Dicas para obter resultados eficazes A especialista também destaca uma série de medidas que podem ser desenvolvidas para contribuir de forma efetiva com a segurança do paciente. Entre as principais ações, destacam-se: Identificar os riscos existentes nos processos assistenciais; Disponibilizar protocolos assistenciais para os riscos identificados e, segundo as metas da Organização Mundial de Saúde: higienização das mãos, prevenção de infecções, prevenção de queda, segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos, prevenção de lesões de pele e outros; Atualizar equipe multiprofissional, através da educação continuada sobre as medidas preventivas do risco e protocolos de segurança; Realizar busca ativa e investigação de eventos adversos; Promover melhoria contínua dos processos, por meio de aprendizagem com os eventos adversos; Acompanhar e divulgar indicadores das infecções e eventos adversos, em reuniões de acompanhamento e boletins informativos. |