Entre os sentimentos mais comuns relatados na pandemia do novo coronavírus, a solidão não só tem um impacto emocional, mas também físico. É o que aponta o mais recente estudo desenvolvido pela King’s College London: de acordo com a pesquisa, adultos solitários podem ter maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2.
Intitulado Solidão e incidência de diabetes tipo 2: descobertas do English Longitudinal Study of Aging, o estudo publicado pela revista científica Diabetologia aponta foi feito com mais de 4 mil britânicos com mais de 50 anos. Durante um período de acompanhamento de 12 anos, 264 pessoas no estudo (cerca de 6% da amostra) desenvolveram diabetes tipo 2.
Os pesquisadores descobriram que o nível de solidão que as pessoas experimentavam no início do estudo era um indicador significativo de quem desenvolveria diabetes. A conclusão se manteve independentemente de fatores como como idade, sexo, etnia, riqueza, tabagismo, atividade física, peso corporal, consumo de álcool, hipertensão e doenças cardiovasculares.
“O estudo também demonstra uma distinção clara entre solidão e isolamento social, pois o isolamento ou viver sozinho não prediz diabetes tipo 2, enquanto a solidão, que é definida pela qualidade dos relacionamentos de uma pessoa, sim”, é o que explica a autora principal, Dra. Ruth Hackett, responsável pela condução da pesquisa.
Baseado em uma escala criada na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a pesquisa pediu para os participantes classificassem itens do questionário como “Com que frequência você sente que não tem companhia?” e “Com que frequência você se sente parte de um grupo de amigos?”
A pesquisa destaca a importância da qualidade das interações humanas na saúde da população.
R7