A Somália expulsou a principal autoridade da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, uma decisão que deve prejudicar as relações com potências estrangeiras que apoiam esforços do governo para restaurar a credibilidade depois de décadas de tumultos.
O governo acusou Nicholas Haysom, representante especial do secretário-geral da ONU, de interferir em assuntos internos.
Em uma carta de 30 de dezembro, Haysom indagou a respeito do envolvimento de forças de segurança somalis apoiadas pela ONU na prisão de um ex-militante do grupo islâmico Al Shabaab que foi impedido de concorrer em uma eleição regional recente.
Haysom “não precisa e não pode trabalhar neste país”, disse o Ministério das Relações Exteriores. “Ele violou abertamente a conduta apropriada do escritório da ONU na Somália”, disse o comunicado emitido na noite de terça-feira, o que na prática torna o sul-africano persona non grata.
Não houve comentário imediato da missão da ONU, que também apoia uma força de pacificação da União Africana que combate o Al Shabaab.
Na carta ao ministro da Segurança do Interior, Haysom expressou preocupação com a maneira como Mogadíscio lidou com a prisão do ex-líder do Al Shabaab Mukhtar Robow e os distúrbios subsequentes do mês passado.
Há mais de uma década o Al Shabaab tenta depor o governo central e impor sua versão rígida da lei islâmica. O grupo foi expulso da capital em 2011, mas se mantém presente em algumas regiões.
A ONU é uma das maiores apoiadoras da Somália, país que carece de um governo central forte desde 1991.
R7