Cerca de 500 ambulantes do Centro Histórico de Salvador seguem participando das capacitações do programa Sou Salvador, lançado pela Prefeitura, no dia 14 deste mês. A iniciativa visa qualificar e promover o reordenamento dos trabalhadores do comércio informal, que representam fatia expressiva da mão de obra ativa da cidade.
A diretora do Trabalho e Empreendedorismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec), Maria Eduarda Lomanto, avaliou o desempenho da capacitação como positivo. “As turmas estão cheias e motivadas, com as aulas participativas”, comemorou.
Segundo Maria Eduarda, há grande interesse dos alunos em melhorar a qualidade e atrair cada vez mais turistas. “A pandemia tem sido difícil para eles, mas percebemos claramente o Pelourinho mais movimentado, trazendo uma expectativa otimista a todos,” afirmou.
Sobre a possibilidade de levar o programa a outros bairros, a diretora adiantou que o modelo foi desenhado para beneficiar diversos pontos turísticos da capital, a exemplo da orla marítima e Caminho da Fé (Bonfim), expandindo a capacitação.
Valorização – Uma das aulas do programa foi sobre o tema “Hospitalidade – Garantir a Satisfação”, com o professor Jorge Freitas. O módulo é dividido em várias etapas, com oficinas sobre ética e etiqueta profissional e atendimento ao cliente; e sobre como receber o turista e organizar o espaço de trabalho, incorporando novas ferramentas, elencando os pontos fortes e fracos, no intuito de avançar. De acordo com Freitas, os ambulantes entenderam a proposta e a necessidade do curso, para renovar a licença e atuar com tranquilidade.
Julia dos Santos é baiana de acarajé e vende no Pelourinho desde os anos 90. A comerciante afirmou que a experiência passada pelo professor foi muito importante. “Com certeza o conteúdo vai ajudar no dia a dia do tabuleiro. A Prefeitura está valorizando a gente”.
Há dois anos atuando no Centro Histórico, Aline Viana trabalha como livreira itinerante do projeto Alamoju Literatura. Para ela, o curso tem sido ótimo, com temáticas relevantes. “Repensar a prática enquanto empreendedor, trazendo uma perspectiva de parceria, é entusiasmante. Vai me ajudar a rever como abordar o cliente, mantendo o empreendimento funcionando e otimizando o serviço”.
Funcionamento – Até dia 9 de agosto, serão realizados workshops profissionalizantes no prédio da Unifacs em Nazaré, abordando conteúdos que envolvem o mercado informal no contexto turístico; marketing e vendas; hospitalidade/recepção e qualidade no atendimento; educação financeira; conhecimento das principais localidades turísticas do Centro Histórico; e manipulação de alimentos e produtos. Um grupo de aplicativo de conversa foi criado para que os alunos possam receber todas as orientações com mais facilidade.
O projeto é dividido em três fases: a primeira é a capacitação com diversos workshops. A segunda é a etapa de recadastramento e ordenamento dos participantes, que está condicionada à participação efetiva dos ambulantes nas atividades. A última fase é de acompanhamento e avaliação. Nela, haverá uma fiscalização da Semop, para garantir que as pessoas em atuação na região do Centro Histórico tenham passado pela capacitação e estejam organizadas.
As capacitações são realizadas pela manhã, das 8h30 às 12h45; e à tarde, das 13h30 às 17h45. O Sou Salvador é coordenado pela Secult, Semop e Semdec e conta com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Wakanda Educação Empreendedora, Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo em Salvador (Prodetur), Parque Social, Universidade Salvador (Unifacs), Instituto Antônio Carlos Magalhães e Sindicato dos Guias Turísticos da Bahia (Singtur).
Os ambulantes receberão no final do projeto certificados de participação, com o direito a obter a licença para atuar na atividade. Serão também distribuídos novos fardamentos, com número de identificação vinculado à licença, além de um QR Code, para controle de pesquisa de satisfação dos serviços prestados aos clientes.
Fotos: Otávio dos Santos/Secom