O empresário Paulo Marinho disse nesta terça-feira (10) em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News (CPMI das Fake News) que alugou somente um anexo da sua casa para servir de comitê eleitoral do então candidato a presidente Jair Bolsonaro.
Na audiência pública, Marinho afirmou que não atuou na campanha. Ele explicou aos deputados e senadores que, na casa, localizada no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, ficava a equipe de comunicação de campanha, responsável pela produção de conteúdo para as redes sociais do PSL e a gravação de vídeos do então candidato, segundo o G1.
“Fui anfitrião da campanha na minha residência”, disse. “Nada que possa me atribuir algum tipo de atuação na campanha. Eu era simplesmente um apoiador”, afirmou.
Segundo ele, houve o “cuidado” de se fazer um contrato de aluguel para que ficasse documentado na prestação de contas do partido. Ele acrescentou, porém, não ter conhecimento da produção ou do envio em massa de mensagens com conteúdo falso.
Marinho corrigiu declaração dada por ele próprio em entrevista no mês de julho ao programa “Em foco com Andreia Sadi”, da GloboNews, de que da sua casa eram repassadas mensagens por WhatsApp para “200, 300 pessoas”.
O empresário afirmou que depois da entrevista foi alertado que, na verdade, durante a campanha, a rede social já havia limitado o envio para no máximo 20 pessoas.
“Durante a campanha já havia essa limitação de 20 pessoas. Quando eu disse na entrevista que eram 200, 300, depois um amigo meu me corrigiu dizendo: ‘Olha, o que você disse na entrevista não é fato porque, já durante a campanha eleitoral – e foi por conta da própria campanha–, o WhatsApp limitou em 20 pessoas o reenvio de mensagens'”, afirmou.
Marinho disse que não repassava fake news, mas somente memes. “O que eu repassava eram memes, coisa engraçada. O que chamo de fake news é aquela coisa de produzir uma desconstrução da idoneidade de uma determinada pessoa e tentar viralizar. Isso pra mim é fake news”, declarou.
A audiência foi acompanhada pelo ex-ministro da Secretaria-Geral Gustavo Bebianno, que é amigo de Marinho e foi quem apresentou o empresário ao então candidato Jair Bolsonaro.
Bebianno foi demitido do governo em fevereiro em meio à crise política causada pela revelação de um esquema de candidaturas laranjas do PSL, partido ao qual o presidente era filiado e se elegeu.
O empresário, primeiro suplente do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), foi questionado se alguma vez alimentou a esperança de assumir o mandato e se houve alguma manifestação de “afeto” do presidente Bolsonaro em relação a ele.
Bahia Notícias