Em tempos de coronavírus se multiplicam a incerteza e a insegurança, mas também proliferam demonstrações de solidariedade. E uma delas vem de um surfista brasileiro, Lucas Silveira, que ofereceu uma de suas pranchas para uma campanha que tem o objetivo de levantar recursos para famílias atingidas pela pandemia.
“Um dos maiores problemas que temos a partir desta pandemia, são os efeitos colaterais dela. A questão da economia e das pessoas que não podem trabalhar. Grande parte das pessoas no Brasil sai para trabalhar fora para garantir o sustento diário de sua família. Diante deste panorama começou uma onda de solidariedade crescente. Assim, fiz algumas doações e me juntei a uma instituição que tem como ênfases a sustentabilidade e a educação ambiental, mas que está com o projeto de atender quase 2 mil famílias em 10 comunidades de 5 estados do Brasil no atual contexto”, declarou Lucas à Agência Brasil.
A prancha doada está sendo rifada pela internet, e há a expectativa de que sejam angariados R$ 6 mil com a campanha.
Vida em quarentena
O surfista carioca, que conquistou o Título Mundial Júnior em 2016, afirmou que passa este período de quarentena em Florianópolis, onde vive atualmente. “Estou mantendo o isolamento social, mas tenho surfado, pois está liberado em Floripa [o estado de Santa Catarina tem permitido atividades na praia, entre elas o surfe, com algumas restrições]. Minha rotina é surfe, casa, surfe, casa, com bastante treino físico. Mas há outros lugares nos quais há restrições maiores. Meus amigos na Europa estão há vários dias só podendo sair de casa para comprar comida”.
De certa forma, esta quarentena mais branda, com treinos na praia, amenizam um pouco o período de isolamento do surfista, que está em processo de recuperação de uma grave lesão. Ele fraturou a tíbia em outubro e voltou a surfar apenas no início de 2020, com muitas limitações em razão da lesão: “Infelizmente deu uma parada no ano. Mas continuo treinando para o WQS [categoria de acesso para a categoria principal do surfe profissional]”.
Mas Lucas admite que, para atletas que vivem em locais com mais restrições sociais e que dependem de treinos em locais fechados [como estádios ou ginásios], o atual momento é muito complicado: “Esses atletas não conseguem treinar direito, e tem que ter mais disciplina que o normal para realizar treinos sozinhos, permanecerem ativos e em movimento”.
Em relação ao futuro, o jovem surfista prevê dias diferentes por causa da pandemia de coronavírus. Diferentes, mas ainda com muito esporte: “O que conhecíamos como normal, não vai ser mais normal. Mas o esporte não vai deixar de existir. É algo muito importante para todos, que promove saúde”.
Agência Brasil