Chester Bennington, vocalista do Linkin Park, foi encontrado morto nesta quinta-feira, aos 41 anos, com sinais de suicídio. Segundo o “TMZ”, o cantor morreu por enforcamento em Los Angeles, na Califórnia. O corpo foi achado pouco antes das 9h (horário local).
Na tarde desta quinta-feira, cerca de 2 horas antes da divulgação da notícia, o Linkin Park lançou o clipe da música “Talk to myself”, do último disco da banda, “One more light”, lançado em maio deste ano. Em 14 de maio, o Linkin Park fez seu último show no Brasil, em São Paulo.
Chester era muito próximo de Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden e do Audioslave, que morreu da mesma forma em maio desse ano e estaria completando 53 anos nesta quinta-feira.
Chester lutava contra o vício em álcool e drogas, e já havia dado declarações de que considerou suicídio anteriormente por ter sido abusado sexualmente na infância por um homem. Em uma entrevista, ele revelou que os abusos, praticados por um amigo, começaram quando ele tinha apenas 7 anos e continuaram até os 13. O cantor disse não ter denunciado por temer que fosse considerado gay ou que estivesse mentindo. Como escape, começou a desenhar, escrever poesias e músicas.
O cantor também dizia ter sofrido bullying no colégio por conta da magreza “e por se vestir de forma diferente”. Antes de começar a carreira como músico, Chester trabalhou no Burger King. Sua primeira banda, batizada Sean Dowdell and His Friends?, lançou um EP em 1993. Ao lado de Sean Dowdell, formou um novo grupo, Grey Daze, com quem gravou três discos entre 1993 e 1997.
Após deixar o Grey Daze, em 1998, Chester encontrou dificuldades para encontrar uma nova banda, e pensou em desistir da carreira musical. Com sua mistura de rock pesado, rap e música eletrônica, o Linkin Park se formou em 1996, na Califórnia, ainda sem Chester, que foi recrutado em 1999, após a saída de Mark Wakefield.
O disco de estreia, “Hybrid theory” (2000), levou a banda imediatamente ao estrelato, com sucessos como “Crawling”, “In the end”, “One step closer” e “Papercut”. Dividindo os vocais com Mike Shinoda (responsável pelos raps), Bennington deu à banda um toque melódico e furioso que ajudou a levá-la ao sucesso.
Além do álcool e das drogas, Bennington tinha um histórico de problemas de saúde: em 2001, ele foi picado por uma aranha venenosa durante a Ozzfest, festival itinerante de que participava com o Linkin Park. Durante as gravações de “Meteora” (2003), ele começou a sofrer dores abdominais muito fortes, que o levaram de volta aos EUA de Praga, na República Tcheca, onde a banda gravava o videoclipe de “Numb”. Depois foi diagnosticada uma hérnia de hiato, que o incomodou por muito tempo. “Estou cantando e vomitando ao mesmo tempo”, declarou ele na época.
PUBLICIDADE
Em 2007, ele fraturou o pulso ao pular de uma plataforma durante um show em Melbourne, na Austrália, e cantou até o fim do show com o pulso quebrado. Outras fraturas e internações se seguiram, nos anos seguinte, causando o cancelamento de shows.
De O Globo