Reconhecido como doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco, o tabagismo é o maior fator de risco evitável de adoecimento e morte no mundo. Em meio à pandemia do coronavírus, o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, evidencia um fator que pode elevar o risco de desenvolver sintomas graves da doença, caso um fumante seja contaminado pelo vírus causador da Covid-19.
O tabaco também se faz responsável por causar diferentes tipos de inflamação, além de prejudicar os mecanismos de defesa do organismo. Por conta disso, os fumantes possuem risco maior de infecções aos diversos vírus, fungos e bactérias. “Os fumantes são acometidos com maior frequência por infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose”, explica a pneumologista, Dra. Larissa Voss Sadigursky.
Além disso, o consumo do tabaco é a principal causa de câncer de pulmão e importante fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), entre outras doenças. “Por todo esse cenário, classificamos o tabagismo como fator de risco para a Covid-19. Tudo isso se explica por um possível comprometimento da capacidade pulmonar, fazendo com que o fumante possua mais chances de desenvolver sintomas graves da doença”, destaca Dra. Larissa.
O risco ainda está relacionado à questão da higienização. Caso o fumante leve as mãos não higienizadas à boca para fumar, está suscetível a contrair o vírus. Os tabagistas possuem o sistema respiratório já prejudicado pelo fumo, e, se infectados pelo coronavírus, podem ter sua saúde ainda mais ameaçada.
Outro fator se explica pelo compartilhamento de acessórios como o narguilé, em que é comum a troca de piteiras, fator que expõe os usuários a um risco mais elevado de contaminação e transmissão de inúmeras doenças infectocontagiosas, a exemplo da Covid-19. O cenário é o mesmo para quem utiliza algum dispositivo eletrônico para fumar, que é utilizado por mais de uma pessoa.
“Por possuírem o tabaco, tanto o narguilé, como os dispositivos eletrônicos, usados para fumar, são prejudiciais à saúde pulmonar. Neste cenário de pandemia, o consumo desses acessórios aumenta o risco para sintomas mais graves do coronavírus”, ressalta a pneumologista.
Em meio a pandemia do coronavírus, o tabagismo pode ser intensificado em função do maior uso do cigarro, devido ao estresse ocasionado pelo isolamento. Com isso, diante desse cenário, é importante buscar alternativas que aliviem o estresse, como atividades físicas, meditação e evitar notícias negativas, no intuito de não aumentar o hábito de fumar, em função do estresse.
Em contrapartida, deixar de fumar traz muitos benefícios. Apenas 12 a 24 horas após parar de fumar, os pulmões já funcionam melhor. Além de adotar as medidas de prevenção, como evitar aglomerações, higienizar as mãos com água e sabão ou com o uso de álcool em gel, também se faz necessário não compartilhar objetos pessoais e se manter em ambientes bem ventilados para evitar o contágio. No entanto, em um cenário de cuidados, um fator primordial é parar de fumar. Deixar de lado o cigarro pode reduzir os riscos em desenvolver a forma mais grave do coronavírus.
Dados: Instituto Nacional do Câncer (Inca)