Entre os anos de 1990 e 2014, as taxas de aborto recuaram de forma significativa. No entanto, o dado vale somente para os países ricos, onde a prática costuma ser legalizada. Quem apontou o dado foi a instituição norte-americana Guttemacher Institute, especializada em direitos reprodutivos da mulher. No estudo, os pesquisadores consideraram preocupantes os índices de aborto feitos sem segurança em países em desenvolvimento como Brasil e outros países da América Latina.
De acordo com o estudo, o Caribe e a América Latina possuem os maiores números de aborto do mundo, um índice que fica entre 44 abortos a cada mil mulheres. Em seguida, foram listadas a Ásia, com 36 a cada mil, a África, com 34 a cada mil, a Europa, com 29 a cada mil, e a América do Norte, com 17 a cada mil. Em 1990, a proporção mundial do número de abortos era de 46 a cada mil mulheres, em 2014, a quantidade diminuiu para 27 a cada mil mulheres. A queda para os países em desenvolvimento, no entanto, foi bem discreta. De 39 abortos ocorridos a cada mil mulheres nos anos 90, 36 mulheres abortaram, a cada mil, em 2014.
Fatores socioeconômicos como o acesso à contracepção, educação sexual e renda são fatores cruciais para os países conseguirem retrair os números, segundo o estudo. De acordo com o sita Uol, a pesquisa destaca que o procedimento acontece tanto em países ricos, onde a prática é regulamentada, quanto em países em desenvolvimento, onde são feitos de maneira clandestina. Restrições por lei não eliminam o aborto. Em vez disso, aumentam a probabilidade que abortos não sejam feitos de maneira segura por estimularem mulheres a buscar procedimentos clandestinos”, analisa o estudo.
A instituição calcula que 56 milhões de mulheres realizaram abortos entre 2010 e 2014. Somente em 2014, mais de 20 mil mulheres morreram devido a um aborto não regulamentado. Além disso, 42% das mulheres em idade reprodutiva moram em países onde o aborto é ilegal. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional do Aborto (PNA), divulgada em 2016, uma em cada cinco brasileiras com até 40 anos já abortou. Em 2015, 1.300 mulheres arriscaram a vida para interromper uma gravidez de forma ilegal no país.
Bahia Notícias